O Presidente da Guiné-Bissau recebeu em audiências separadas os cinco principais parceiros de desenvolvimento do país, agrupados no P5. Todos querem reforçar a cooperação.
A comunidade internacional, agrupada no chamado "P5", que integra as Nações Unidas (ONU), União Europeia (UE) União Africana (UA), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), manifesta-se disponível para ajudar a Guiné-Bissau e reforçar a cooperação bilateral com as novas autoridades.
Representantes
das diferentes organizações reuniram-se esta terça-feira (28.04) com o
Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
"Tive uma boa conversa com o Presidente da República. Discutimos o futuro da cooperação e reiterei a missão de desenvolver todos os esforços no sentido de estreitar as boas e harmoniosas relações que existem há mais de 40 anos entre a União Europeia e a Guiné-Bissau", disse aos jornalistas Sónia Neto, embaixadora da UE em Bissau.
"Tive uma boa conversa com o Presidente da República. Discutimos o futuro da cooperação e reiterei a missão de desenvolver todos os esforços no sentido de estreitar as boas e harmoniosas relações que existem há mais de 40 anos entre a União Europeia e a Guiné-Bissau", disse aos jornalistas Sónia Neto, embaixadora da UE em Bissau.
Estes foram
os primeiros encontros oficiais do P5 com Sissoco Embaló, desde que ele foi reconhecido pela CEDEAO e pelo resto da
comunidade internacional como chefe de Estado guineense.
O
representante da União Africana na capital guineense, Ovídio Pequeno, disse que
esta primeira abordagem foi no sentido de trocar impressões sobre o que poderá
ser o futuro do desenvolvimento do país e o que se espera das ajudas do P5 para
garantir a paz e a estabilidade.
À revelia do Parlamento, Sissoco toma posse
Também em
nome da CPLP, o embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, Fábio Guimarães Franco,
elogiou o gesto de Umaro Sissoco Embaló de se reunir com os parceiros para
analisar o estado da cooperação.
"O
encontro serviu para o Presidente manifestar a sua disposição para trabalhar
com a CPLP. Também falámos da cooperação bilateral com o Brasil. Estamos todos
prontos para reativar e fortalecer ainda mais a nossa cooperação",
afirmou.
A
representante das Nações Unidas no encontro não prestou declarações à imprensa.
"CEDEAO
protege golpes de Estado"
Vários
partidos com assento parlamentar continuam a criticar a decisão da comunidade
internacional de reconhecer Sissoco Embaló como Presidente e, ao mesmo tempo,
deixar cair o Governo de Aristides Gomes, que resultou das eleições
legislativas de 2019.
A União para
a Mudança acusa a CEDEAO de ter sido "parcial e tendenciosa" e de desempenhar
um papel de "protetora de golpes de Estado" e da ilegalidade, ao
reconhecer Umaro Sissoco Embaló como Presidente da República.
Para o
partido, este trata-se de um reconhecimento "meramente político e que,
portanto, não obriga qualquer instituição, e deixa profundas e irreparáveis
manchas na afirmação política da organização. Com a decisão, a CEDEAO decidiu
assumir-se como instância judicial suprema da Guiné-Bissau, neste caso o
Supremo Tribunal", lê-se num comunicado divulgado esta terça-feira, a que
a DW África teve acesso.
Reposição do
Governo de Aristides Gomes
O partido
liderado por Agnelo Regala e que faz parte do acordo de incidência parlamentar
com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
aguarda ainda que se sejam criadas condições para um pronunciamento do Supremo
Tribunal de Justiça sobre o contencioso eleitoral.
Assistir ao
vídeo 01:08
Guiné-Bissau: Combater a pobreza com caju
Em
simultâneo, a comissão permanente do PAIGC exige a reposição imediata do Governo
liderado por Aristides Gomes, afastado do poder.
O PAIGC
apela ao "reconhecimento da validade das eleições legislativas de março de
2019, dos seus resultados, da existência de um Governo decorrente de uma
maioria parlamentar existente e sólida, dirigida pelo PAIGC, com um programa de
governação já aprovado pela Assembleia Nacional Popular."
Sissoco
Embaló convidou os partidos com assento parlamentar para audiências separadas,
na quarta-feira (29.04).
Entretanto,
o Governo liderado por Nuno Gomes Nabiam fixou o preço da compra da castanha de
caju ao produtor nos 375 francos cfa, o equivalente a cerca de 0,50 euros,
alegando ser um preço justo e equilibrado tendo em conta a conjuntura
internacional causada pela pandemia da Covid-19.
Notabanca;
28.04.2020
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