NOVO
GOVERNO GUINEENSE NECESSITA DE 22 BILIÕES DE FRANCOS CFA PARA PAGAR SALÁRIOS
O ministro das Finanças, João Fadiá, afirmou hoje que o Tesouro Público da
Guiné-Bissau está numa "situação caótica", com um saldo negativo de
cerca de 213,7 milhões de euros.
João Fadiá fez a revelação em declarações à margem da visita ao Ministério
das Finanças de Nuno Nabian, primeiro-ministro investido por Umaro Sissoco
Embaló.
De acordo com João Fadiá, o saldo negativo das finanças públicas guineenses
resulta de dívidas do Estado para com a banca comercial, salários em atraso de
funcionários públicos e outras responsabilidades do Governo.
De forma imediata, o ministro investido por Sissoco Embaló disse necessitar
de 22 biliões de francos CFA (cerca de 33,5 milhões de euros) para pagar cerca
de três meses de salários em atraso, bem como assegurar as despesas no setor da
saúde pública.
"Neste momento, a cozinha do hospital Simão Mendes deixou há três
semanas de funcionar, por falta de recursos", notou João Fadiá,
acrescentando que os serviços de radiografia da principal unidade médica do
país estão parados há seis meses.
João Fadiá sublinhou que os guineenses não podem ter ilusões em como
"alguém ou algum país vai ajudar a resolver a situação", exortando
todos os cidadãos a empenharem-se na resolução do problema das finanças
públicas.
"É impossível que alguém ou algum país nos dê cada mês cerca de 10
milhões de dólares para pagarmos os salários", observou Fadiá.
O ministro revelou que quando deixou o Ministério das Finanças, em abril de
2018, a situação das finanças públicas era também negativa, mas num valor de
80,7 biliões de francos CFA (cerca de 122,1 milhões de euros).
No entanto, assinalou João Fadiá, não havia salários em atraso ou dívidas
com a banca comercial.
Notabanca; 10.03.2020
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