terça-feira, 10 de março de 2020

NOVO GOVERNO GUINEENSE NECESSITA DE 22 BILIÕES DE FRANCOS CFA PARA PAGAR SALÁRIOS
O ministro das Finanças, João Fadiá, afirmou hoje que o Tesouro Público da Guiné-Bissau está numa "situação caótica", com um saldo negativo de cerca de 213,7 milhões de euros.
João Fadiá fez a revelação em declarações à margem da visita ao Ministério das Finanças de Nuno Nabian, primeiro-ministro investido por Umaro Sissoco Embaló.
De acordo com João Fadiá, o saldo negativo das finanças públicas guineenses resulta de dívidas do Estado para com a banca comercial, salários em atraso de funcionários públicos e outras responsabilidades do Governo.
De forma imediata, o ministro investido por Sissoco Embaló disse necessitar de 22 biliões de francos CFA (cerca de 33,5 milhões de euros) para pagar cerca de três meses de salários em atraso, bem como assegurar as despesas no setor da saúde pública.
"Neste momento, a cozinha do hospital Simão Mendes deixou há três semanas de funcionar, por falta de recursos", notou João Fadiá, acrescentando que os serviços de radiografia da principal unidade médica do país estão parados há seis meses.
João Fadiá sublinhou que os guineenses não podem ter ilusões em como "alguém ou algum país vai ajudar a resolver a situação", exortando todos os cidadãos a empenharem-se na resolução do problema das finanças públicas.
"É impossível que alguém ou algum país nos dê cada mês cerca de 10 milhões de dólares para pagarmos os salários", observou Fadiá.
O ministro revelou que quando deixou o Ministério das Finanças, em abril de 2018, a situação das finanças públicas era também negativa, mas num valor de 80,7 biliões de francos CFA (cerca de 122,1 milhões de euros).
No entanto, assinalou João Fadiá, não havia salários em atraso ou dívidas com a banca comercial.


Notabanca; 10.03.2020

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