Em entrevista à ONU News, representante da agência da Organização Mundial da Saúde, em Bissau, afirma que país pode ter casos “a qualquer momento”. Novo coronavírus já chegou às nações vizinhas, a OMS assistiu Guiné-Bissau com a capacidade de diagnóstico.
A
Organização Mundial da Saúde, OMS, avisou que as autoridades da Guiné-Bissau
estão a perder tempo com a falta de aprovação do plano de contingência
contra o novo coronavírus, elaborado com apoio da agência da
ONU.
Os países vizinhos já
têm casos confirmados. Até quinta-feira, o Senegal havia notificado 31
casos positivos e a Guiné-Conacri um. A Gâmbia, que tem
muitas ligações com a Guiné-Bissau, também regista o
covid-19.
Em
entrevista à ONU News*, o representante da OMS no país, Jean Marie Kipela,
explicou a necessidade de aprovar o documento. O plano tem um orçamento de
cerca de US$ 1 milhão.
“No Plano de
contingência, tudo está incluído, porque tem muitos pilares, incluindo
prevenção, local de isolamento e quarentena e tratamento dos casos confirmados.
Tudo isso está no plano, mas, até esse momento, a implementação do plano não
está sendo feita nem a mobilização dos recursos. O plano existe, mas não está
ainda aprovado pelas autoridades para começar a implementação. Estamos a perder
tempo porque a qualquer momento podemos ter casos.”
Segundo a ONU
NEWS citando o representante, a OMS recomenda a criação destes planos desde o
início da epidemia. Kipela diz que estes documentos “são importantes
para mobilizar recursos” e “sensibilizar a população sobre medidas de
prevenção”.
“A OMS está
na frente para apoiar o país através das suas diretrizes, através do reforço da
capacitação das pessoas e também alertando o país para se
preparar para enfrentar esta doença que, sendo uma pandemia, tem um risco
muito alto para todo o país. A nível da África, já temos
30 países infetados”.
A agência da
ONU também ajudou o país a conseguir a capacidade de realizar os seus
próprios testes. Até terça-feira, a agência já tinha enviado quase
1,5 milhão de testes para 120 nações. A agência está atuando com
empresas para aumentar a disponibilidade desses exames para os mais
carentes.
“No início,
quando começou na China, só dois países africanos eram capazes de fazer
o diagnóstico: Senegal e África do Sul. Agora, com o apoio
da OMS e das Nações Unidas, já temos 40 países capazes de fazer
o diagnóstico, incluindo a Guiné-Bissau. Neste momento, temos kits de
diagnóstico, mas não em quantidades suficientes”.
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