A posse
'simbólica' de Umaro Sissoco Embaló como Presidente da Guiné-Bissau foi
celebrada entre correligionários e teve segurança reforçada num hotel da
capital guineense. Cerimónia foi endossada por Presidente cessante.
O Presidente cessante José Mário Vaz, dois embaixadores, o procurador-geral da
República, Ladislau Embassa, e integrantes do Movimento para a Alternância
Democrática (MADEM-G15) e do Partido da Renovação Social (PRS) participaram do
ato simbólico de posse de Umaro Sissoco Embaló como Presidente da Guiné-Bissau.
Depois da cerimónia no hotel, o candidato declarado vencedor das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) foi levado para o Palácio da República - que já não conta mais com a presença de José Mário Vaz.
Depois da cerimónia no hotel, o candidato declarado vencedor das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) foi levado para o Palácio da República - que já não conta mais com a presença de José Mário Vaz.
"Não houve nenhuma investidura, porque é inexistente este ato. Isso demonstra simplesmente que chegamos ao fim do Estado e que o Estado foi enterrado hoje na Guiné-Bissau”, diz.
Landim espera que a comunidade internacional reaja ao que ocorreu nesta quinta-feira em Bissau. "Tudo se fez à margem das leis e dos órgãos da soberania, que foram ignorados. Por isso estamos perante um golpe e um assalto à mão armada”, considera. O candidato que disputou a segunda volta das eleições com Sissoco, Domingos simões Pereira, considera que a investidura é um golpe de Estado.
Apesar de Sissoco ter sido investido pelo vice-presidente do Parlamento, Nuno Gomes Nabiam, três dos quatro titulares dos órgãos de soberania do Estado - o presidente da Assembleia Nacional Popular, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o Primeiro-ministro - decidiram não comparecer.
A ausência de chefias militares e do corpo diplomático acreditado no país também foi notada. Apenas embaixadores do Senegal e da Gâmbia marcaram presença.
O presidente do Legislativo guineense Cipriano Cassamá recusou investir Sissoco Embaló, alegando a indefinição do contencioso eleitoral pelo STJ.A posse simbólica causou mal-estar entre os parlamentares guineenses. Em comunicado à imprensa, Cassamá acusou Nabiam de usurpação de poderes e competências ao decidir investir Sissoco.
Equanto nas imediações do hotel Azalai, milhares de apoiantes com camisolas e cartazes de Sissoco Embaló e instrumentos musicais celebravam a investidura, o primeiro-ministro Aristides Gomes reunia-se com os representantes do chamado P5 - que agrupa Nações Unidas, União Europeia, União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a Comunidade de Desenvolvimentos dos Estados da África Ocidental - e manteve encontros com os embaixadores residentes em Bissau.
"É uma situação grave para o processo da constituição e o reforço do Estado de direito no nosso país. É um precedente muito mau e é uma atitude de guerra, porque a partir do momento em que nessa matéria predomina a decisão unilateral, inscreve-se numa perspectiva de conflito”, disse Gomes.
Notabanca;27.02.2020
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