terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

PETRÓLEO NA ZONA CONJUNTA GUINÉ-BISSAU E SENEGALESTÁ SENDO ESPREITADO 
Uma empresa canadiana quer iniciar ainda este ano a prospecção de petróleo na zona conjunta da Guiné-Bissau e Senegal, de acordo com as apresentações às populações ribeirinhas realizado esta terça-feira, 11 de fevereiro de 2020.
A canadiana OP AGC Central Lda, uma das duas empresas estrangeiras que detêm as seis licenças de prospeção do petróleo na zona de exploração conjunta (ZEC), constituída entre a Guiné-Bissau e o Senegal, esteve hoje reunida com entidades publicas e privadas e autoridades tradicionais das regiões de Cacheu, Bolama, Biombo e Bissau.

Em declarações à Lusa, Mamadou Samba, consultor senegalês ao serviço da OP AGC, disse que, para já, está em curso a auscultação que levará às consultas públicas para depois elaborar um documento de avaliação do impacto ambiental que a exploração do petróleo trará na vida daquelas populações.
Na reunião de hoje, estiveram régulos (chefe tradicional), líderes comunitários, jovens, administradores setoriais, governadores regionais, técnicos e pessoal das Organizações Não Governamentais (ONG) que abordaram com a empresa as medidas serão tomadas em caso do início das atividades de prospeção.
Alberto Manga, régulo de Sucudjake, localidade guineense próxima da fronteira com o Senegal, disse que está preocupado com o futuro da pesca e agricultura, atividades que suportam o sustento da população da sua zona.
Questões como o derrame do crude, o lixo, a poluição e a compensação financeira são, entre outras, as preocupações levantadas por vários intervenientes na sessão que decorreu na sede do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), em Bissau.
A OP AGC pretende iniciar a prospeção, com a abertura de pelo menos dois poços, ainda no decurso deste ano, lê-se num documento entregue à Lusa em que a empresa assinala os passos que deve dar ao abrigo da lei do petróleo do Senegal, sede do grupo.
Pedro Quade, da ONG “Tiniguena”, destacada em questões de proteção ambiental e exploração racional dos recursos, exortou a empresa sobre a necessidade de um envolvimento de mais organizações comunitárias nas auscultações, bem como de entidades estatais guineenses, nomeadamente a Petroguin (estatal guineense dos petróleos) e a direção-geral da geologia e minas.
Presente no encontro, Artur Silva, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros guineense e diretor da ZEC observou que as preocupações das populações ribeirinhas são legitimas, mas enalteceu que tudo será levado em conta no momento da avaliação do impacto ambiental de uma futura prospeção do petróleo.
“Nem estamos sequer na fase de exploração do petróleo, apenas estamos a falar de pesquisa, em locais que ainda nem sequer estão determinados”, notou Artur Silva, frisando que a agência que dirige assiste às auscultações na qualidade de convidada da empresa.
A ZEC foi constituída em 1993, após disputas nos tribunais internacionais entre a Guiné-Bissau e o Senegal e comporta cerca de 25 mil quilómetros quadrados da plataforma continental.
0exploração determina 50% para cada um dos Estados e ainda hidrocarbonetos (petróleo e gás), mas ainda em fase de prospeção.
A Guiné-Bissau dispensou 46% do seu território marítimo para constituir a ZEC e o Senegal 54%.
As receitas futuras da exploração de petróleo será dividida entre o Senegal (85%) e a Guiné-Bissau (15%).
Saibam que, a brincadeira tem limites.
Notabanca, 11.02.2020

3 comentários:

  1. Invasão do territorio da Guné-Bissau pelos senegaleses inaceitável. Aos jovens um levantamento de não a invasão senegaleses. O territorio da Guiné-Bissau não foi, não era, e nunca será e nem fará parte do Senegal. Não a exploração conjunta do nosso territorio com os traidores do valor da nossa independência. Negociar uma parte da Guiné-Bissau depois da indepedência é um fracaso. Avante, todos, contra a jogado do regime do Macky Sall que queria ao seu belo prazer ser (Guiné-Bissau)uma das provincias do Senegal tal como o Casamanche que nunca foi senegal mas sim uma parte anexada do Território da Guiné de então portuguesa. Cuidamos com a nossa Guiné-Bissau, um dia toda as zonas parte norte do rio de Cacheu será TERRITORIO DO SENEGAL. O Senegal vai explorar em conjunto com a Guiné-Bissau as partes do sul das ilhas de Pexice e de Bissau, até parte de algumas ilhas do Arquipelago dos Bijagos?!

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  2. Eu não conhescedor da materia, mas, honestidade é uma virtude. Isto é muito lamentavel. É preciso que o estado da Guiné Bissau seja capaz de defender-se, porque não é admissivel que este Nhoko-Nhoko seja uma realidade. Não podemos aceitar que o vizinho entre na nossa casa e que faca o que quizer pilhando os nossos bens gratuitamente. Mesmo os bonus de MTN não nos chegam se não fizermos a ricariga... Mas Como é possivel aceitar...isto é uma brincadeira. On est peut pas admettre que les choses soient come cela, il faut di serieux dans cet affaire. Stop, à tous ceux que pensent avoir plus droit que les autres. Stop à ceux que ne pensent qu'à leurs pauche. Stop aos mãos intencionados, stop e stop.

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  3. A Guiné Bissau se erguerá se tiver uma liderança visionária, destimida, digna da sua função social e política, com capacidade concorrencial a nível internacional. Sem isso este país será apenas um território para disputas de interesses obscuros em prejuízo da sua população. Deus nos livre da Guiné Bissau ser entregue em mãos erradas!

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