MENSAGEM DE CONDOLÊNCIA DO PAIGC
É com
profunda consternação que a Direcção Nacional do PAIGC e o seu Presidente, Eng.
Domingos Simões Pereira comunicam aos dirigentes, militantes e aos guineenses
de que faleceu hoje, em Moçambique, o camarada Marcelino dos Santos,
companheiro de Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Viriato da
Cruz, Mário de Andrade, Lúcio Lara e de outros importantes dirigentes
históricos da Luta de Libertação Nacional das ex-Colónias portuguesas e da
CPLP.
O camarada Marcelino dos Santos, foi um dos fundadores da Frente de Libertação
de Moçambique (FRELIMO) e um dos grandes símbolos do nacionalismo africano,
faleceu hoje dia 11 de fevereiro aos 90 anos, sendo também considerado em
Moçambique como um herói nacional.
O camarada Marcelino dos Santos foi uma destacada figura na política de
Moçambique e ganhou, na companhia dos seus companheiros de luta, dentre eles,
Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Viriato da Cruz, Mário de
Andrade, Lúcio Lara, entre outros, protagonismo na construção do nacionalismo
em África e na subsequente edificação dos movimentos de libertação.
O camarada Marcelino dos Santos fez pleíade com os grandes percursores da nossa
independência, cujos nomes ultrapassaram as fronteiras naturais dos respectivos
países, conquistando o respeito e a admiração do mundo.
O camarada Marcelino dos Santos combateu o colonialismo português em
Moçambique. No pós-independência continuou a assumir posições de relevo quando
a FRELIMO passou a partido e assumiu o Governo.
O grande herói moçambicano, companheiro e amigo de Amílcar Cabral, desde os
anos 40, na Casa dos Estudantes do Império, em Portugal, foi um grande
Combatente da Liberdade e deu uma inestimável contribuição para a criação e
fortalecimento da FRELIMO, cabendo-lhe inclusive, a responsabilidade de
escrever os primeiros Estatutos da FRELIMO, em consequência da união dos três
movimentos nacionalistas: UDENAMO, MANU e UNAMO.
Logo após a independência, Marcelino dos Santos foi o nomeado pelo Presidente
Samora Machel como Ministro da Planificação e Desenvolvimento e foi igualmente Presidente
da primeira Assembleia Popular até 1994, ano em que Moçambique realizou as
primeiras eleições da sua história.
O combate político levado a cabo pelo camarada Marcelino dos Santos, não se
cingiu somente ao campo político, a escrita também foi um instrumento que usou
para combater, vestindo a pele de Lilinho Micaia e Kalungano. "Canto do
Amor Natural" foi o único livro publicado com o seu nome Marcelino dos
Santos.
Na época em que a poesia de combate era a onda em que os independentistas
navegavam, publicou poemas no jornal Brado Africano em Moçambique e em duas
antologias publicadas pela Casa dos Estudantes do Império, em Portugal.
Perante esta figura mítica e histórica, a Direcção Nacional do PAIGC se curva
para apresentar ao povo moçambicano, ao Partido FRELIMO e ao Camarada
Presidente Filipe Nyusi, os seus sentimentos de respeitosos pesâmes e que o
mesmo seja extensivo à família deste grande filho de Moçambique.
Que o exemplo de Cidadão, de Combatente da Liberdade e de Político que o
camarada Marcelino dos Santos personificava, contagie não somente a juventude
moçambicana, mas igualmente a juventude da Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, S.
Tomé e Príncipe e de todo o continente africano.
Glória eterna ao Camarada Marcelino dos Santos!
Bissau, 11 de fevereiro de 2020.
Pela Direcção Nacional do PAIGC
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