sábado, 4 de janeiro de 2020

DSP ACUSA COMISSÃO ELEITORAL DE ATRIBUIR SEUS VOTOS AO ADVERSÁRIO SISSOCO EMBALÓ 
O candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de ter atribuído os resultados de 53 por cento que ele terá obtido nas urnas para o seu adversário, Úmaro Sissoco Embaló, declarado vencedor do escrutínio do domingo último.
Pereira fez estas acusações durante uma conferência de imprensa realizada na manhã deste sábado, 04 de janeiro de 2020, numa das unidades hoteleiras da capital Bissau, para explicar os fatos da suposta fraude  e as irregularidades que a sua directoria de campanha teria registado no escrutínio do dia 29 de dezembro de 2019.


“Nós recebemos de facto um conjunto de elementos que foram tratados pela nossa estrutura de campanha e que mereceu uma análise bastante aturada. A projecção dos resultados na altura apontava exactamente para os números que agora foram conferidos ao nosso adversário, que são 53 por cento de votos”, afirmou o líder e candidato do PAIGC, respondendo ao repórter do jornal O Democrata.
Sobre as irregularidades registadas pela sua candidatura no escrutínio do domingo, Simões Pereira explicou que a sua candidatura constatou atas com carimbos diferentes para o mesmo distrito e região, como também identificou quatro tipos de carimbos e que alguns destes carimbos são de fabrico artesanal.
“Observou-se igualmente rasuras sobre os números de apuramento nas atas bem como alterações sucessivas dos números do apuramento! Atas com número impreciso e arbitrário de inscritos. Duas atas da mesma mesa com as assinaturas diferentes e resultados diferentes, como também atas com números de inscritos muito inferior aos números de votantes e registo da taxa de abstenção diferentes daqueles que são lançadas pela Comissão Nacional de Eleições”, insistiu.
Questionado se deixaria a liderança do partido assim que se confirmar a sua derrota nas eleições presidenciais, Domingos Simões Pereira assegurou que a “única entidade que tem a competência de responder esta pergunta são os órgãos competentes do partido”.
Pereira realçou que as forças da defesa e segurança, enquanto instituição mantém equidistância do processo eleitoral, mas assegurou que tem registos concretos difundidos e demostrados publicamente, por isso pede a responsabilização por tais atos.
Relativamente à comunidade internacional, em particular as missões de observações eleitorais, disse que contribuíram para a criação de um ambiente mais apaziguador e seguro para o escrutínio. Contudo, diz que não têm como certificar os dados apurados e tratados.
“Somos a favor da presença e de acompanhamento da comunidade internacional. Mas não devemos confundir este acompanhamento com  o pronunciamento sobre eleições livres, justas e transparentes como um certificado de garantia de que todo o detalhe de recolha e tratamento de dados corresponde com os nossos dispositivos constitucionais e legais, que são da responsabilidade de instâncias competentes, nomeadamente instituições democráticas da República da Guiné-Bissau”, advertiu.
Notabanca; 04.01.2020

2 comentários:

  1. Nas eleições passadas, a comunidade internacional disse que estas eram justas, livres e transparentes PAIGC aplaudiu, ostentando de grande credibilidade desta, mas agora como PAIGC perdeu estas eleições presidenciais já se colocam em causa o pronunciamento de comunidade internacional de eleições presidenciais são livres, justas e transparentes. Que mau perdedor?

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  2. O pronunciamento da comunidade internacional não obsta a verificação com profundidade dos resultados eleitorais. Tanto mais que a comunidade internacional não faz a contagem é análise dos resultados eleitorais. Parece-me razoável a impugnação feita pelo DSP, a considerar os elementos indiciários demonstrados na conferencia de imprensa do DSP, ontem realizada. Na democracia é aceitável reclamação dos resultados eleitorais, o que a priori não contradiz com a transparência do processo.

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