O candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) de ter atribuído os resultados de 53 por cento que ele terá obtido nas urnas para o seu adversário, Úmaro Sissoco Embaló, declarado vencedor do escrutínio do domingo último.
Pereira fez
estas acusações durante uma conferência de imprensa realizada na manhã deste
sábado, 04 de janeiro de 2020, numa das unidades hoteleiras da capital Bissau,
para explicar os fatos da suposta fraude e as irregularidades que a sua
directoria de campanha teria registado no escrutínio do dia 29 de dezembro de
2019.
“Nós
recebemos de facto um conjunto de elementos que foram tratados pela nossa
estrutura de campanha e que mereceu uma análise bastante aturada. A projecção
dos resultados na altura apontava exactamente para os números que agora foram
conferidos ao nosso adversário, que são 53 por cento de votos”, afirmou o líder
e candidato do PAIGC, respondendo ao repórter do jornal O Democrata.
Sobre as
irregularidades registadas pela sua candidatura no escrutínio do domingo,
Simões Pereira explicou que a sua candidatura constatou atas com carimbos
diferentes para o mesmo distrito e região, como também identificou quatro tipos
de carimbos e que alguns destes carimbos são de fabrico artesanal.
“Observou-se
igualmente rasuras sobre os números de apuramento nas atas bem como alterações
sucessivas dos números do apuramento! Atas com número impreciso e arbitrário de
inscritos. Duas atas da mesma mesa com as assinaturas diferentes e resultados
diferentes, como também atas com números de inscritos muito inferior aos
números de votantes e registo da taxa de abstenção diferentes daqueles que são
lançadas pela Comissão Nacional de Eleições”, insistiu.
Questionado
se deixaria a liderança do partido assim que se confirmar a sua derrota nas
eleições presidenciais, Domingos Simões Pereira assegurou que a “única entidade
que tem a competência de responder esta pergunta são os órgãos competentes do
partido”.
Pereira
realçou que as forças da defesa e segurança, enquanto instituição mantém
equidistância do processo eleitoral, mas assegurou que tem registos concretos
difundidos e demostrados publicamente, por isso pede a responsabilização por
tais atos.
Relativamente
à comunidade internacional, em particular as missões de observações eleitorais,
disse que contribuíram para a criação de um ambiente mais apaziguador e seguro
para o escrutínio. Contudo, diz que não têm como certificar os dados apurados e
tratados.
“Somos a
favor da presença e de acompanhamento da comunidade internacional. Mas não
devemos confundir este acompanhamento
com o pronunciamento sobre eleições livres, justas e
transparentes como um certificado de garantia de que todo o detalhe de recolha
e tratamento de dados corresponde com os nossos dispositivos
constitucionais e legais, que são da responsabilidade de instâncias
competentes, nomeadamente instituições democráticas da República da
Guiné-Bissau”, advertiu.
Notabanca;
04.01.2020
Nas eleições passadas, a comunidade internacional disse que estas eram justas, livres e transparentes PAIGC aplaudiu, ostentando de grande credibilidade desta, mas agora como PAIGC perdeu estas eleições presidenciais já se colocam em causa o pronunciamento de comunidade internacional de eleições presidenciais são livres, justas e transparentes. Que mau perdedor?
ResponderEliminarO pronunciamento da comunidade internacional não obsta a verificação com profundidade dos resultados eleitorais. Tanto mais que a comunidade internacional não faz a contagem é análise dos resultados eleitorais. Parece-me razoável a impugnação feita pelo DSP, a considerar os elementos indiciários demonstrados na conferencia de imprensa do DSP, ontem realizada. Na democracia é aceitável reclamação dos resultados eleitorais, o que a priori não contradiz com a transparência do processo.
ResponderEliminar