O ideólogo das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, integra a lista dos 20 maiores líderes mundiais de todos os tempos elaborada para a BBC por um painel de historiadores
Amílcar Cabral surge na lista elaborada para a HistoryExtra,
o site oficial do BBC History Magazine, BBC History Revealed e BBC World
Histories Magazine, ao lado de nomes como o faraó Amenhotep III, do Egito, a
rainha Isabel de Castela, a imperatriz Catarina, a Grande da Rússia, a líder
militar francesa Joana D'Arc, o primeiro-ministro do Reino Unido Winston
Churchill ou o Presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln.
A HistoryExtra
desafiou vários historiadores a nomearem aquele que consideram o maior líder da
História, alguém que tenha exercido o poder e provocado um impacto positivo na
humanidade, bem como a explorarem o seu legado e as características distintivas
da sua liderança.
Das escolhas
dos historiadores resultou uma lista de 20 personalidades que será agora
submetida a votação pelos leitores até 26 de fevereiro para a escolha do grande
líder histórico mundial.
Entre os
historiadores convidados contam-se o professor de História e cientista político
especializado em história da China da Universidade de Oxford, Rana Mitter, a
professora e historiadora da Universidade de Toronto, Margaret MacMillan, ou o
historiador e diretor do Smithsonian's National Museum of African Art em
Washington, Gus Casely-Hayford.
Amílcar
Cabral foi nomeado pelo historiador britânico especializado em estudos
africanos da Universidade de Chichester, Hakim Adi, e aparece em 14º na lista.
Na
fundamentação, Hakim Adi sublinha a grandeza do líder africano cuja "luta
pela independência em África também transformou Portugal".
"Cabral
encontrou forma de unir cerca de um milhão de pessoas na Guiné-Bissau,
incluindo mulheres, a maioria agricultores analfabetos que falavam línguas
diferentes", adiantou o historiador.
Apontando o
"limitado apoio externo", Hakim Adi sublinhou a capacidade de luta do
povo da então Guiné portuguesa para se libertar e começar a construir uma nova
sociedade em que eram eles próprios a decidir.
"Fizeram
isto enquanto partes do país continuavam ocupadas por Portugal",
acrescentou, adiantando que muitos africanos continuam a ser inspirados pela
liderança de Cabral.
"A sua
vida e obra mostra que, quaisquer que sejam os obstáculos, os povos conseguem
ser os seus próprios libertadores", reforçou.
Nascido na
Guiné-Bissau em 12 de setembro de 1924, filho de cabo-verdianos, Amílcar Cabral
fundou o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAICV),
lançando as bases do movimento que levaria à independência das duas antigas
colónias portuguesas.
O fundador do
PAICV foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri, em circunstâncias
ainda hoje não totalmente claras, antes de ver os dois países tornarem-se
independentes.
Notabanca; 03.01.2019
Penso que é mais do que justo, pelo que fez pela África, lançando também raízes para a construção de espírito pan-afri anismo.
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