O texto do pontífice argentino, que será lido em todas as paróquias do
mundo por ocasião do Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro, é uma análise
aprofundada da situação mundial, congregando todos os temas contemporâneos, já
reivindicados por ele em outros pronunciamentos.
O líder da Igreja
Católica explica no documento as razões pelas quais os fiéis devem se engajar
contra todas as guerras e a favor do desarmamento nuclear e da defesa do meio
ambiente.
"O abismo entre os
membros de uma sociedade, o aumento das desigualdades sociais e a recusa em
usar as ferramentas para o desenvolvimento humano integral comprometem a busca
pelo bem comum", afirmou o papa em uma das mensagens mais fortes de seu
pontificado, em que ele retoma grande parte dos assuntos discutidos durante o
ano.
"A guerra é nutrida pela
perversão dos relacionamentos, das ambições hegemónicas, dos abusos de poder,
do medo do outro e da diferença vista como obstáculo; e ao mesmo tempo alimenta
tudo isso", diz Francisco no documento.
Na mensagem, divulgada
com antecedência para ser lida e estudada por padres em todos os continentes,
Francisco reitera sua forte posição contra as injustiças sociais em todos os
cantos do planeta. "Nunca haverá uma verdadeira paz a menos que consigamos
construir um sistema econômico mais justo", reiterou.
O primeiro pontífice
latino-americano, que conhece esse problema de perto, embora não se refira
diretamente ao ano marcado pelos protestos na América Latina e no Caribe contra
as desigualdades, anuncia que a igreja está comprometida com a busca de
"uma ordem justa”.
O papa argentino também
citou o sínodo na Amazônia, realizado em outubro no Vaticano, no qual a igreja
declara que quem devasta a natureza está pecando. "Precisamos de uma
conversão ecológica", disse o papa, que condena "a falta de respeito
pela casa comum, a exploração abusiva dos recursos naturais, vista como
ferramentas úteis apenas para benefício imediato, sem respeito pelas
comunidades locais, pelo bem comum e por natureza ", escreveu ele.
Em sua mensagem,
Francisco novamente condenou a ideia de que a posse da bomba atômica fosse
desenvolvida como dissuasão a possíveis ataques, como já o havia dito em
recente viagem ao Japão.
"Não podemos
afirmar que manteremos a estabilidade no mundo com medo de aniquilação, em um
equilíbrio altamente instável, suspensos à beira do abismo nuclear",
afirmou.
Notabanca; 13.12.2019
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