LIGA
DENUNCIA “5 ANOS DE IMPUNIDADE!”
“Foi na noite do fatídico dia 19 de Setembro de 2014, que um grupo de agentes
da Polícia de Ordem Pública espancaram até a morte, o cidadão nacional de nome
Egas Mendes no Bairro de São Paulo em Bissau, por alegadamente, ter recusado
cumprir uma ordem de detenção ilegal.
O malogrado se encontrava num restaurante naquele dia, quando foi
interpelado com uma ordem de detenção por um grupo de agentes da POP armados,
sem qualquer mandado emitido pelas autoridades
competentes.
Na tentativa de questionar as razões da sua
detenção, Egas Mendes foi barbaramente espancado pelos mesmos tendo sucumbido
horas depois na mesma noite em consequência da brutalidade das agressões. Os
autores daquele acto macabro, tentaram ainda ocultar o cadáver aos familiares
da vitima, os quais, só tiveram acesso ao corpo dois dias depois do acto
criminoso.
Após a denúncia da LGDH, os suspeitos, Henry Balde,
Alberto José Manga, João Da Silva Nhaga e Hermenegildo Braima Seide, foram
detidos e posteriormente julgados e condenados no dia 17 de Agosto de 2015, a
10 anos de prisão efectiva e o pagamento de uma idemnizaçao de 5 milhoes de
Francos CFA cada um, à família da vitima.
Não obstante a gravidade deste acto e a exemplar condenação judicial dos
suspeitos, o Ministério de Interior nunca dignou instaurar um procedimento
disciplinar contra estes agentes indignos, para os radiar nas fileiras da
corporação policial.
Lamentavelmente, estes agentes condenados pela justiça, ainda que o processo se
encontra na fase de recurso, estão a exercer as suas funções em perfeita
normalidade como se nada tivesse acontecido.
O silencio cúmplice da hierarquia da corporação policial e do Ministério do
Interior perante este facto, desonra e afecta a reputação, o bom nome destas
instituições, com o mandato constitucional de proteger os cidadãos, sem ignorar
a natural quebra de confiança dos cidadãos nelas.
Aproveitamos esta data em que completa 5 anos após a pratica do crime, para
lançar um vibrante apelo ao novo Ministro do Interior e o novo Comissário
Nacional da POP, por coincidência o mesmo na altura dos acontecimentos, no
sentido de acionarem os mecanismos legais com vista a suspensão imediata das
funções dos agentes implicados naquele ato hediondo. Ao agirem nesta maneira,
estarão não só a fortalecer o estado de direito, mas também, lançar uma
mensagem clara de que a impunidade não pode ser institucionalizada na
corporação policial.
Uma corporação policial que espezinha os direitos humanos, para além de
constituir ela própria uma ameaça à ordem e tranquilidade pública, constitui
uma afronta aos valores da democracia e do estado de direito.”
Notabanca; 19.09.2019
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