terça-feira, 24 de setembro de 2019

PRESIDENTE GUINEENSE FAZ COMUNICAÇÃO À NAÇÃO ALUSIVA A 46 ANOS DA INDEPENDENCIA
Dia Nacional - 46 Anos de Independência!
Filhos da Guiné-Bissau,
Celebramos hoje 46 anos sobre a data histórica da proclamação da independência da nossa Pátria. Fazêmo-lo com orgulho. Com subida honra. A nossa independência foi conquistada por um povo humilde, mas determinado a conquistar a sua dignidade, com uma bravura e uma capacidade de sacrifício que se tornou exemplar, tornando-se assim credor do respeito e admiração de todo o mundo.
Nunca será suficiente o nosso total e incansável reconhecimento aos valorosos combatentes da liberdade da pátria.


Meus Irmãos e Irmãs,
Este povo íntegro, destemido, determinado somos nós, os Guineenses, filhos desta grande Nação. Essa história ímpar foi escrita pelos nossos irmãos que acreditaram na mudança e unidos deram o sangue, o suor e as lágrimas das nossas mães, das Mães Guineenses, ao verem os seus filhos tombar por terra no longo caminho que foi o da construção desta Nação.
Por isso, hoje 24 de Setembro, convido a cada um de vós, Guineenses, a refletir sobre a nossa história e a nossa identidade, para que voltemos a perceber quem somos, enquanto povo, filhos e donos desta terra, herdeiros da nossa história e das nossas ricas tradições.
(...)

Guineenses,
Os pais fundadores da nossa Nação valente tiveram um sonho. O sonho de construir um país independente, de homens livres e dignos, respeitados no mundo. O sonho de construir uma Guiné-Bissau “Pikininu na Tamanhu, Garandi na Fama”. Esse sonho não é uma utopia e compete-nos a nós, patriotas guineenses, provar ao mundo que não é uma utopia. Compete-nos transformar esse sonho numa realidade incontestável, para que voltemos a ser nós mesmos.
Nós os filhos desta terra, não nos podemos esquecer de que a independência que hoje celebramos é fruto da luta heroica pelo resgate da dignidade dos homens e mulheres guineenses. Não nos podemos esquecer de que a Pátria e a Dignidade de cada um de nós andam de mãos dadas. Aqueles que hoje vendem a nossa Pátria, falando mal do país e dos seus dirigentes em troca de benesses pessoais, vendem também a sua própria dignidade e o respeito de cada um de nós.
Não se vende uma Pátria conquistada com tantos sacrifícios.
Não se vende a dignidade de um povo inteiro.
Isso nós não iremos consentir, Nunca!
Porque nós Guineenses, temos de ser donos do nosso destino e queremos “caminhar pelos nossos próprios pés e pensar com a nossa cabeça”. Foi para isso que os pais fundadores desta nação consentiram sacrifícios, lutaram e venceram.
Os Heróis da nossa Independência, que deram as suas vidas pela Pátria, lutaram por uma sociedade fundada no humanismo, na igualdade, na justiça, na dignidade e no trabalho.
Hoje, os nossos irmãos que sequestraram o nosso país em seu proveito pessoal, inverteram todos estes valores que para nós são sagrados e no seu lugar hastearam as bandeiras do ódio, do rancor, da vingança, da maldade, do egoísmo, da intriga, das inverdades e cujo objectivo foi sempre lutar e a qualquer preço chegar ao poder, mantendo o nepotismo e os luxos que se habituaram.
(...)

Caros Compatriotas,
Durante os cinco anos do meu mandato, eu procurei os caminhos da promoção da igualdade, da paz, da justiça e da dignificação de cada cidadão guineense. Tratei todos por igual, para mim não há Guineenses de primeira ou Guineenses de segunda.
Nunca tive receio de confrontar o status quo, os interesses instalados, os que se acham poderosos e os intocáveis.
(...)
Por isso, eu tive a feroz e cruel oposição da pseudo elite que prefere ficar com o dinheiro dos salários dos funcionários, em vez de lhes pagar os seus direitos.
Agora pergunto-vos, irmãos Guineenses: para onde foram os nossos recursos internos ou seja as receitas diárias da nossa Direção Geral das Alfandegas, sobretudo a receita da campanha da castanha de cajú, as receitas diárias da Direção Geral de contribuições e impostos, dos fundos autónomos e dos apoios orçamentais?
Recentemente o Governo contraiu empréstimos através da emissão de títulos de tesouro num montante de 10 bilhões de FCFA, e brevemente pretende emitir mais títulos de tesouro no mesmo montante, totalizando assim 20 bilhões de FCFA. Repito 20 bilhões de FCFA
Um grande encargo para os nossos filhos e netos depois de um enorme sacrifício do programa de ajustamento estrutural proposto pelo FMI e que nos levou em 2011 ao perdão da divida externa no valor de 1,3 bilhões de dólares, considerado um alivio para a geração vindoura, algo que acontece só uma vez na vida de cada país, ou seja, o ponto de conclusão não se repete.
É caso para perguntar onde pára o dinheiro da direção geral das Alfandegas, da direção geral de contribuições e impostos e dos fundos autónomos que deveria entrar diariamente nos cofres de Estado?
Dinheiro este que faz falta nas escolas, nos hospitais, nas infraestruturas e na agricultura.
É minha obrigação, enquanto mais alto magistrado da Nação, lançar um apelo à inspeção geral das finanças, ao Tribunal de contas, a comissão especializada da ANP para os assuntos económicos, a justiça e demais instituições do Estado para assumirem as suas responsabilidades, porque o dinheiro é nosso.
(...)
Durante estes cinco anos eu percorri a caminhada para a concretização dos sonhos daqueles que combateram pela independência e pela nossa dignidade. E mantive-me sempre no silêncio. Porque a minha luta, é pela Dignidade da Pátria, pelo Progresso e pelo bem-estar do nosso povo.
(...)
Contrariamente ao passado, nestes cinco anos ninguém foi morto, ninguém foi preso ou espancado na calada da noite, ninguém foi perseguido e não temos hoje nenhum exilado político.
O nosso enorme obrigado às forças de defesa e segurança pelo contributo que dão no dia-a-dia para que os cidadãos possam dizer com orgulho “nunca mais à violência”.
Enquanto Presidente da República, entendi sempre que o meu mandato deveria ser marcado pela tolerância e pelo alto sentido de Estado.
Contudo, nos últimos tempos temos sido confrontados por velhos fantasmas, que ameaçam a nossa integridade e a nossa dignidade, honra e respeitabilidade, enquanto povo, no concerto das Nações.
O fenómeno do trafico de droga, que havia desaparecido nos últimos cinco anos e volta de novo em força para massacrar e fustigar o nosso povo.
(...)
A Guiné-Bissau que estamos a ajudar a mudar para um Novo Rumo não pode haver lugar para narcotraficantes e nem para os seus cúmplices internos. A todos eles, nós advertimos: Nunca Mais! Esta terra é nossa e nós queremo-la limpa.
O narcotráfico é um fenómeno nocivo que coroe e destrói os alicerces de uma Nação, mina as instituições do Estado, e lança o povo na insegurança, na violência e na miséria. Nós não iremos consentir que a ambição desta pseudo elite, embriagada pelo dinheiro, transforme o nosso país num pântano de desgraças. Perante tudo isto nós temos de resistir e combater para libertarmos definitivamente o nosso país deste flagelo.
Mais uma vez pergunto: Onde esta a nossa justiça? Onde estão hoje os suspeitos destas operações que a todo o custo querem rotular o nosso país como um narco-estado.
A Guiné-Bissau é uma terra de gente de bem, não vamos deixar que um pequeno grupinho estrague a dignidade de um povo humilde.
(...)
Meus Irmãos,
Deste púlpito, consintam-me uma calorosa e fraternal saudação a cada mulher, a cada homem, a cada ancião e a cada jovem desta nossa Nação. É por cada um de vós que eu continuo este meu combate.

Por cada um de vós eu consentirei todos os sacrifícios necessários para que, juntos, concretizemos o sonho da Liberdade, da Paz e do Progresso, que animou a luta dos pais fundadores desta Nação.
Quero reiterar o meu profundo agradecimento aos meus irmãos guineenses quer os que vivem no país ou na diáspora, pela resiliência e pela crença no futuro da nossa Nação.
Aos nossos irmãos que emigraram em busca de melhor vida, endereço uma mensagem de esperança, na certeza de que a nossa luta contra as injustiças e desmandos, por um Novo Rumo, criará condições para que possam regressar e viver na terra que os viu nascer, a Guiné-Bissau.
(...)
De igual forma, aproveito mais uma vez para deixar o meu reconhecimento e gratidão as nossas forças de Defesa e Segurança, longe das crelas politicas tem trabalhado arduamente ao longo destes cinco anos para manter o clima de paz civil e segurança interna que hoje desfrutamos, bem como a força da ECOMIB numa missão de paz no nosso país.
(...)
Irmãs e Irmãos Guineenses,
Convido a todos os Guineenses e sem excepção para que no próximo dia 24 de Novembro não deixem de exercer o seu direito de voto,??? um direito igual para todos, cada cidadão vale 1 voto, e não votar significa não exercer o direito que a constituição lhe reserva.???
Votar nas próximas eleições presidenciais de forma consciente e em liberdade, é escolher o que pretendemos para o nosso futuro nos próximos cinco anos, sobretudo para manter a paz civil, tranquilidade interna e a liberdade, já conquistadas.
Guineenses, para terminar eu sei que o caminho é difícil, sendo o povo o dono do poder e filhos desta terra, juntos vamos decidir o futuro da nossa nação.
Este é o momento da união, rumo para a construção da Grande Nação que todos sonhamos e QUEREMOS!

Viva a Unidade Nacional!
Viva o 24 DE SETEMBRO!
HONRA E GLÓRIA AOS HERÓIS DA INDEPENDÊNCIA!
Viva os Combatentes da Liberdade da Pátria!
Viva a Paz!
Viva a Liberdade!
Viva a Democracia!

Viva a Guiné-Bissau!”


Notabanca; 24.09.2019


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