Os países da União Africana (UA) lançaram no domingo (7), em Niamey (Níger), a Zona de Livre Comércio Continental Africana (Zlec), envolvendo 54 países e deve “colaborar para promover a paz e a prosperidade na África”, segundo a entidade.
“É o maior evento
histórico no continente africano desde a criação da OUA (Organização para a
Unidade Africana), em 1963”, afirmou o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou,
em referência à instituição que originou a UA.
A zona engloba 1,2
bilhão de habitantes. Em todo o continente, apenas Eritreia não assinou a
entrada no grupo. Vinte e sete nações africanas já ratificaram o acordo.
Cerca de 4,5 mil
integrantes de delegações e habitantes dos diversos países foram ao Níger para
participar do lançamento, além de 32 chefes de Estado e mais de 100 ministros.
“Uma vida de sonhos se realiza. Os pais fundadores devem estar orgulhosos”,
declarou o presidente da comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, que destacou
que a Zlec sera “um grande espaço comercial do mundo”.
“O caminho pela frente
ainda é longo”, ponderou o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi. Difíceis
negociações seguem em curso para tirar a zona comercial do papel. Os pontos
mais sensíveis dizem respeito ao calendário das reduções de tarifas
alfandegárias entre os países signatários e a rapidez com a qual delas devem
ser diminuídas. Outro ponto delicado é estabelecer a tributação de bens
importados do exterior pelos países que já possuem acordos comerciais com
economias de fora do continente.
A expectativa é de que
o mercado comum esteja operacional a partir de 1º de julho de 2020, de acordo
com o comissário de Comércio e Indústria da UA, Albert Muchanga. O
negociador-chefe nigeriano, Chiedu Osakwe, avalia que “a liberalização do
comércio deve se alinhar com reformas estruturais internas”, num processo que
deve se estender por vários anos.
A UA estima que, a
longo prazo, a Zlec poderá aumentar em 60% o comércio dentro da África.
Entretanto, críticos do projeto temem que ele prejudique pequenos produtores
agrícolas e industriais.
Notabanca; 08.07.2019
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