O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, reagiu, no, à detenção de nove moçambicanos no âmbito do caso das dívidas ocultas e considerou que as autoridades policiais e a justiça estão a fazer o seu trabalho.
“Posso
dizer que, pura e simplesmente, as autoridades policiais estão a fazer o seu
trabalho. Como ouvimos hoje, aqui, na nossa igreja, não julgueis para não seres
julgados. Deixemos àqueles que têm o mérito para julgar”, declarou
Joaquim Chissano.
As declarações do
antigo Presidente foram feitas à saída de uma missa de apresentação do novo
bispo auxiliar da arquidiocese de Maputo, António Juliasse, na Sé Catedral de
Maputo.
Em Fevereiro, o
Tribunal Judicial de Maputo decretou a prisão preventiva de oito dos nove
detidos no âmbito da investigação às dívidas ocultas do Estado: António do
Rosário, administrador-delegado das três empresas públicas no centro do
escândalo (Ematum, Proindicus e MAM); Gregório Leão, ex-director do Serviço de
Informação e Segurança do Estado; Bruno Tandade, operativo desse serviço de
informações; Inês Moiane, secretária pessoal do ex-Presidente Armando Guebuza;
Teófilo Nhangumele, alegado promotor junto de Moçambique da ideia de criar as
empresas e contratar o financiamento; Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente
moçambicano Armando Guebuza; Sérgio Namburete e Sidónio Sitoe.
Elias Moaine, sobrinho
de Inês Moiane, ficou em liberdade sob fiança mediante uma caução de um milhão
de meticais (cerca de 14 mil euros).
As detenções
aconteceram depois de a justiça norte-americana ter mandado prender Manuel
Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, que aguarda a decisão sobre
a extradição para os Estados Unidos ou para Moçambique.
Os Estados Unidos alegam que as três empresas
públicas moçambicanas de pesca e segurança marítima serviram para um esquema de
corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos,
passando por contas bancárias norte-americanas.
A Ematum, a Proindicus
e a MAM teriam contraído dívidas de quase dois mil milhões de dólares, com
garantias de Estado, mas sem o aval do Parlamento, durante o segundo e último
mandato de Armando Guebuza na Presidência da República.
Notabanca; 05.03.2019
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