terça-feira, 5 de março de 2019

PRESIDENTE CHISSANO CONFIANTE NA JUSTIÇA
O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, reagiu, no, à detenção de nove moçambicanos no âmbito do caso das dívidas ocultas e considerou que as autoridades policiais e a justiça estão a fazer o seu trabalho.
 Posso dizer que, pura e simplesmente, as autoridades policiais estão a fazer o seu trabalho. Como ouvimos hoje, aqui, na nossa igreja, não julgueis para não seres julgados. Deixemos àqueles que têm o mérito para julgar”, declarou Joaquim Chissano.


As declarações do antigo Presidente foram feitas à saída de uma missa de apresentação do novo bispo auxiliar da arquidiocese de Maputo, António Juliasse, na Sé Catedral de Maputo.
Em Fevereiro, o Tribunal Judicial de Maputo decretou a prisão preventiva de oito dos nove detidos no âmbito da investigação às dívidas ocultas do Estado: António do Rosário, administrador-delegado das três empresas públicas no centro do escândalo (Ematum, Proindicus e MAM); Gregório Leão, ex-director do Serviço de Informação e Segurança do Estado; Bruno Tandade, operativo desse serviço de informações; Inês Moiane, secretária pessoal do ex-Presidente Armando Guebuza; Teófilo Nhangumele, alegado promotor junto de Moçambique da ideia de criar as empresas e contratar o financiamento; Ndambi Guebuza, filho do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza; Sérgio Namburete e Sidónio Sitoe.
Elias Moaine, sobrinho de Inês Moiane, ficou em liberdade sob fiança mediante uma caução de um milhão de meticais (cerca de 14 mil euros).
As detenções aconteceram depois de a justiça norte-americana ter mandado prender Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, que aguarda a decisão sobre a extradição para os Estados Unidos ou para Moçambique.
 Os Estados Unidos alegam que as três empresas públicas moçambicanas de pesca e segurança marítima serviram para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos, passando por contas bancárias norte-americanas.
A Ematum, a Proindicus e a MAM teriam contraído dívidas de quase dois mil milhões de dólares, com garantias de Estado, mas sem o aval do Parlamento, durante o segundo e último mandato de Armando Guebuza na Presidência da República.
Notabanca; 05.03.2019

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