terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

AUSÊNCIA DE UM MINISTRO DO INTERIOR PERIGA CAMPANHA ELEITORAL 
A duas semanas do início da campanha eleitoral, a Guiné-Bissau continua ainda sem um Ministro do Interior, sector responsável pela segurança interna, cujo ministro exonerado no dia 9 de novembro de 2018, na sequência da carga policial, decorrente da manifestação dos estudantes.


Um acto que para muitos foi resultado de uma conspiração interna para o afastar do cargo. E em plena campanha eleitoral é de notar que a ausência de um titular político, responsável pela área de segurança, além de ser visível, está a constituir uma preocupação adicional para os cidadãos guineenses.
“É preciso que o país tenha um Ministro do Interior, sobretudo, antes do inicio da Campanha Eleitoral”, declara uma cidadã guineense, para quem “o Ministro do Interior é um Ministro do Interior. Vale o que é para a segurança dos cidadãos”.
Contudo, fontes concordantes sustentam que perante o vazio existente, o Ministério do República, através do seu Conselheiro para Assuntos da Defesa e Segurança, Botché Candé, antigo titular da pasta e que se ocupa actualmente da gestão corrente da segurança interna na Guiné-Bissau.
De acordo com EGlobal, Sana Canté, activista cívico, é da opinião que a não nomeação de um Ministro do Interior, visa comprometer as eleições de 10 de março próximo, representando além disso um grave desvio das normas constitucionais. Para Canté “é extremamente grave estarmos, até esta dada altura, sem um Ministro do Interior porque algumas pessoas não querem eleições a 10 de março”. 

Com a campanha eleitoral à porta, o activista cívico descreveu que a situação reinante sustenta o vazio constitucional, que põe em causa o normal  intragovernamental.
“Chegámos a um ponto em que não há cadeia de comando, em que o próprio Presidente da República perdeu o controlo sobre os seus acólitos e sobre o país. Nós temos um Governo que não responde perante um partido político, mas perante indivíduos ou grupos. As Forças de Ordem Pública estão a responder a ordens de pessoas fora do quadro constitucional, fora da lei orgânica do próprio Ministério e do Governo”, refere ainda Sana Canté.
Entretanto, informações acessíveis indicam que a não nomeação de um novo Ministro do Interior, há cerca de 3 meses, deve-se a uma divergência de escolha, entre o Primeiro-ministro Aristides Gomes e o Presidente da República José Mário Vaz. Este último insiste em fazer voltar ao cargo Botché Cande, seu homem de confiança.
Notabanca; 05.02.2019

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