A organização Repórteres Sem Fronteiras pediu hoje às autoridades guineenses para deixarem de interferir na política editorial da Televisão da Guiné-Bissau, que iniciou segunda-feira um boicote à cobertura das atividades dos partidos políticos.
"Esta interferência é inaceitável e está a minar o pluralismo de opinião nos media a poucas semanas da realização de eleições legislativas", marcadas para 10 de março, afirmou, em comunicado divulgado à imprensa, Assane Diagne, diretor da organização para a África Ocidental.
Segundo Assane Diagne, as autoridades guineenses "devem acabar com a censura e devem abster-se de qualquer interferência na cobertura noticiosa que é da exclusiva responsabilidade dos jornalistas".
O presidente do sindicato dos trabalhadores da Televisão da Guiné-Bissau
(TGB), Domingos Gomes, admitiu que a televisão pública poderá não cobrir a
campanha para as legislativas de março se persistir a censura.
O dirigente sindical afirmou que os jornalistas estão cansados da censura
"que nunca se sabe, ao certo de quem vem".
Se até ao início da campanha eleitoral para as legislativas, a 16 de
fevereiro, não houver uma ordem no sentido de acabar com a censura, a TGB não
irá cobrir nenhuma atividade da campanha, precisou Gomes.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor
das últimas eleições legislativas, mas arredado do poder na sequência de
divergências com o Presidente guineense, acusou a TGB, em diversas ocasiões, de
não cobrir as suas atividades.
Outras formações políticas que se situam no mesmo campo político do PAIGC
proferiram as mesmas acusações.
Os restantes órgãos de comunicação social públicos da Guiné-Bissau
iniciaram terça-feira uma greve de dez dias, até 08 de fevereiro, para exigir
ao Governo o cumprimento de um acord.
Notabanca; 31.01.2019
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