O antigo presidente do Burundi, Pierre Buyoya, acusado de estar implicado no assassínio de Melchior Nadday em 1993 é objecto de um mandado de captura internacional emitido pelas autoridades do seu país.
Buyoya, que foi o primeiro hutu democráticamente eleito a presidência do Burundi, qualificou a acusação de manipulação política.
Objecto de um mandado de captura internacional Pierre Buyoya reagiu declarando que se trata de uma manipulação política e de uma manobra de diversão, destinada a fazer esquecer os problemas dolorosos não resolvidos desde o início , em Abril de 2015, da crise política que afecta o Burundi.
Actualmente
representante da União Africa no Mali, Buyoya afirmou num comunicado, que é
sintomático a reabertura do delicado dossier de Melchior Ndadaye numa altura em
que perante as numerosas solicitações da comunidade internacional, o governo
burundês decide recusar deliberadamente o diálogo.
O assassínio de
Melchior Ndadaye está na origem da guerra civil que assolou o Burundi entre
1993 e 2006 e que provocou mais de 300.000 mortos, durante uma luta pelo poder
na qual o exército, dominado pela minoria tutsi, enfrentou os movimentos de
rebeldes hutus.
Major do exército, e
da etnia tutsi, Pierre Buyoya tinha acedido ao poder em 1987 através de um
golpe militar. Em 1993 ele retirou-se a favor de Melchior Ndadaye, um hutu,
eleito democráticamente em Julho do mesmo ano.
Pierre Buyoya voltou
ao poder entre 1996 e 2003.Uma dezena de militares, entre os quais um tenente
,foram condenados em 1998 pelo assassínio de Ndadaye. Nenhum dos oficiais de
alta patente, mencionados no âmbito do processo judicial foi julgado.
Pierre Buyoya
sublinhou que um consenso tinha sido obtido no Burundi, no respeitante à
resolução do que foi chamado de contencioso
de sangue.
Notabanca; 05.12.2018
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