Portugal nega pressões sobre Guiné-Bissau para demitir antigo PM Baciro Djá
O ministro dos Negócios Estrangeiros português negou hoje qualquer
interferência na demissão do ex-primeiro-ministro Baciro Djá, garantindo que o
Governo nunca exerceu pressão sobre as autoridades guineenses e "não se
imiscui" nos assuntos internos deste país.
Baciro Djá, que ocupou o cargo de chefe do Governo em 2015 e 2016, afirmou hoje num comício na aldeia de K3, no centro da Guiné-Bissau, que foi demitido por pressões do executivo português sobre o Presidente guineense, José Mário Vaz.
Num esclarecimento enviado à Lusa, o gabinete de Augusto Santos Silva rejeitou as acusações, afirmando que o Governo "nunca exerceu qualquer pressão sobre qualquer autoridade da Guiné-Bissau no sentido de nomear ou demitir qualquer membro de qualquer dos órgãos de soberania da República da Guiné-Bissau".
Baciro Djá, que ocupou o cargo de chefe do Governo em 2015 e 2016, afirmou hoje num comício na aldeia de K3, no centro da Guiné-Bissau, que foi demitido por pressões do executivo português sobre o Presidente guineense, José Mário Vaz.
Num esclarecimento enviado à Lusa, o gabinete de Augusto Santos Silva rejeitou as acusações, afirmando que o Governo "nunca exerceu qualquer pressão sobre qualquer autoridade da Guiné-Bissau no sentido de nomear ou demitir qualquer membro de qualquer dos órgãos de soberania da República da Guiné-Bissau".
O ministro sublinha ainda que "Portugal não se imiscui nos assuntos
internos deste país irmão" e garante que "a única coisa que
deseja" é "estabilidade política e institucional" que permita à
Guiné-Bissau percorrer "os caminhos do desenvolvimento e tirar todo o
partido da cooperação com países terceiros, incluindo Portugal, em favor do seu
próprio povo e no quadro das escolhas políticas que soberanamente entenda
fazer".
Djá, de 45 anos, afirmou que José Mário Vaz recebeu pressões de vários
chefes de Estado para o tirar da chefia do Governo, nomeadamente por parte de
Portugal que não gostou do facto de ter substituído Domingos Simões Pereira.
"Vão dizer ao 'Jomav' [como é conhecido o Presidente guineense] que
sei que ele me tirou do cargo de primeiro-ministro porque recebeu pressões de
alguns chefes de Estado, sobretudo de Portugal", defendeu Baciro Djá.
Baciro Djá, agora líder da Frente Patriótica de Salvação Nacional
(Frepasna), foi primeiro-ministro entre 20 de agosto e 17 de setembro de 2015,
e mais tarde, entre 27 de maio a 18 de novembro de 2016.
O antigo governante disse também que o ex-primeiro-ministro guineense
Domingos Simões Pereira foi condecorado por Portugal e "quando assim é
esse país não gosta de ver cair a pessoa".
Para o líder da Frepasna, Domingos Simões Pereira "é um agente
português na Guiné-Bissau".
"Disse ao Presidente que os fascistas portugueses nunca me vão
perdoar", acrescentou Djá, para sublinhar não ser contra o Governo e o
povo portugueses, mas sim contra os neocolonialistas que também disse existirem
na Guiné-Bissa.
Notabanca; 27.11.2018
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