O governador da região de Gabú, Abdú Sambú, está preocupado com os "sinais do extremismo islâmico" na Guiné-Bissau e instou o Governo a reforçar a vigilância sobre certos grupos que operam no centro de Bissau, a capital.
"Preocupa-me
a presença de uma corrente islâmica, transportada para o nosso país, por
indivíduos da Guiné-Conacri. Não sei qual é o nome deles. A maioria das lojas e
armazéns no mercado de Bandim pertence à
indivíduos dessa corrente", afirmou Abdú Sambú, em entrevista à
agência Lusa.
O governador de Gabú, região situada a 200 quilómetros de Bissau, no leste do país, e habitada maioritariamente por pessoas que professam a religião islâmica, exorta o Governo guineense a vigiar melhor as atividades dos membros da corrente islâmica à que se refere.
"Têm uma mesquita ali “ao lado do mercado do Bandim”, que deve estar no olho do Governo, para que se saiba o que lá se passa", alertou Abdú Sambú, também ele muçulmano.
O responsável considera benéfica a proximidade da região de Gabú com a Guiné-Conacri, mas entende que esta também carrega "muitos males", que terão que ser geridos "para toda a vida".
Segundo Abdú Sambú, os naturais da Guiné-Conacri já representam 40 por cento da população de Gabú, com tendência para aumentarem e transportarem hábitos que não são iguais aos da Guiné-Bissau, como por exemplo as mulheres de cara e corpo tapados na via pública.
"As nossas escolas têm que estar preparadas, nós teremos que estar preparados, para enfrentar esses desafios", defendeu Abdú Sambú, preocupado com os "fanatismos".
"Pode ver esse fanatismo, sem grandes estudos, passando por qualquer bairro, qualquer tabanca “aldeia” do país, “vendo” quantas mesquitas estão a ser construídas", assinalou o governador de Gabú.
Para Abdú Sambú, "a forma como as mesquitas têm sido espalhadas pelo país é sinal de fragmentação da população" islâmica guineense, que devia merecer a atenção das autoridades.
Sambú disse que existem "muitas correntes dentro do Islão" na Guiné-Bissau, ainda que os líderes muçulmanos não o admitam.
O político disse que o Governo "tem que ter mão pesada" para estancar quaisquer sinais de extremismo ou fanatismo que possam surgir no país, o que passa pelo abandono de "certas intervenções" em relação à comunidade muçulmana.
Notabanca; 16.10.2018
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