Os parlamentares lusófonos iniciaram hoje em Bissau, com duração de dois dias, um debate sobre a problemática do tráfico ilícito de armas.
O evento ainda vai debater o comprimento do Programa de Acção das Nações Unidas sob o lema: “Enfrentando o Tráfico Ilícito de Armas Pequenas e Armamento Leve e Promovendo uma Participação Maior e Mais eficaz das Mulheres Parlamentares nas Comissões de Defesa, Segurança e Interior”.
No seu discurso de abertura do seminário , o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá frisou que a escolha do país para a realização do evento, num período em que se prepara para a renovação do parlamento, constitui um sinal de confiança, mas acima de tudo traduz um elemento de estímulo às autoridades nacionais, na senda da construção dos alicerces da paz e estabilidade na Guiné-Bissau.
“É justo reconhecer os esforços da deputada Suzy Barbosa, na qualidade de Presidente da Rede das Mulheres Parlamentares e membro do Comité Executivo do Parlamento para Acção Global (PGA), em prol, não só da dignificação da função dos deputados, mas acima de tudo, pela sua valiosa contribuição à testa da rede. Tem contribuído, sobremaneira, para uma maior visibilidade à mulher guineense”, disse.
Cassamá
disse que os problemas dos armamentos leves trazem a colecção, uma realidade
que hoje em dia têm preocupado as autoridades de todo os países, salientando
que a sua comercialização é potenciadora de prática de crimes, desde o furto a
mão armada, passando pelos crimes de violação a integridade física dos cidadãos
inclusive a situações de assassinato.
Para
Cassamá, a propagação de armas ligeiras constitui uma grande ameaça a segurança
das pessoas e aos seus bens na África
Ocidental.
“Ou seja, os
Estados perderam o controlo do comércio de armas ligeiras e dadas as riquezas
em recurso naturais dos países da África Ocidental, a venda de armas tornou-se
um negócio lucrativo”, disse dando exemplo dos diamantes como moeda de troca
dos conflitos da Libéria e Sera Leoa, salientando que esta violência mata mais
de 740 mil pessoas por ano, sendo o continente africano uma das regiões mais
afectadas.
Citando um
relatório de 2004, Cipriano Cassamá disse que existe cerca de 25 mil armas em
circulação no território nacional, e que em Outubro de 2007, o
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau declarara que existiam 125 mil armas em
circulação no país, e que o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no seu relatório, indica que em
cada duas casas existem pelo menos duas armas.
O
representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, uma das entidades financiadora
do seminário, José Veigas Filho elogiou o papel da deputada Suzy Barbosa
pela iniciativa de trazer ao parlamento
da Guiné-Bissau a discussão de um tema que considera de importante, destacando
que em toda parte do mundo a disponibilidade de armas e munições, tem levado ao
sofrimento humano, repreensão política ao crime e ao terror entre as populações
civis.
“ Por isso,
há uma média de assassinatos anuais de 500 mil mulheres ou seja morta por armas
de fogo. Isto me faz lembrar a segunda guerra mundial, e não eram muito
diferentes aos números de soldados mortos “,disse.
Para o
diplomata existe hoje uma guerra mundial contra as mulheres por parte de homens
cobardes e espera-se que, em breve, a Guiné-Bissau possa juntar – se ao número
de países que não só se associaram ao acordo que se está a celebrar agora, mas
também a sua ratificação tornando-se no centésimo Estadoa fazê-la.
Veiga Filho
disse esperar que em breve seja promulgado a lei da igualdade que já foi votada
no parlamento, frisando que a ONU reconhece a importância das mulheres nesta
luta pelo progresso social da humanidade.
Participam
no encontro os parlamentares dos países da Comunidade da Língua Portuguesa, e a
sessão termina terça-feira.
No dia 24
começa outro seminário de parlamentares lusófonos sobre a “Promoção da
Implementação da Comvenção sobre Armas Biológicas e Tóxicas”.
Notabanca; 22.10.2018
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