segunda-feira, 22 de outubro de 2018

DEPUTADOS LUSÓFONOS DEBATEM PROBLEMÁTICA DO TRÁFICO ILÍCITO DE ARMAS 
Os parlamentares lusófonos iniciaram hoje em Bissau, com duração de dois dias, um debate sobre a problemática do tráfico ilícito de armas.
O evento ainda vai debater o comprimento do  Programa de Acção das Nações Unidas sob o lema: “Enfrentando o Tráfico Ilícito de Armas Pequenas e Armamento Leve e Promovendo uma  Participação Maior e Mais eficaz das Mulheres Parlamentares nas Comissões de Defesa, Segurança e Interior”.
No seu discurso de abertura do seminário , o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá frisou que a escolha do país para a realização do evento, num período em que se prepara para a renovação do parlamento, constitui um sinal de confiança, mas acima de tudo traduz um elemento de estímulo às autoridades nacionais, na senda da construção dos alicerces da paz e  estabilidade na Guiné-Bissau.

“É justo reconhecer os esforços da deputada Suzy Barbosa, na qualidade de Presidente da Rede das Mulheres Parlamentares e  membro do Comité Executivo do Parlamento para Acção Global (PGA), em prol, não só da dignificação da função dos deputados, mas acima de tudo, pela sua valiosa contribuição à testa da rede. Tem contribuído, sobremaneira, para uma maior visibilidade à mulher guineense”, disse.



Cassamá disse que os problemas dos armamentos leves trazem a colecção, uma realidade que hoje em dia têm preocupado as autoridades de todo os países, salientando que a sua comercialização é potenciadora de prática de crimes, desde o furto a mão armada, passando pelos crimes de violação a integridade física dos cidadãos inclusive a situações de assassinato.



Para Cassamá, a propagação de armas ligeiras constitui uma grande ameaça a segurança das pessoas e aos seus bens  na África Ocidental.



“Ou seja, os Estados perderam o controlo do comércio de armas ligeiras e dadas as riquezas em recurso naturais dos países da África Ocidental, a venda de armas tornou-se um negócio lucrativo”, disse dando exemplo dos diamantes como moeda de troca dos conflitos da Libéria e Sera Leoa, salientando que esta violência mata mais de 740 mil pessoas por ano, sendo o continente africano uma das regiões mais afectadas.



Citando um relatório de 2004, Cipriano Cassamá disse que existe cerca de 25 mil armas em circulação no território nacional, e que em Outubro de 2007, o Primeiro-ministro da Guiné-Bissau declarara que existiam 125 mil armas em circulação no país, e que o  Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no seu relatório, indica que em cada duas casas existem pelo menos duas armas.



O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, uma das entidades financiadora do seminário, José Veigas Filho elogiou o papel da deputada Suzy Barbosa pela  iniciativa de trazer ao parlamento da Guiné-Bissau a discussão de um tema que considera de importante, destacando que em toda parte do mundo a disponibilidade de armas e munições, tem levado ao sofrimento humano, repreensão política ao crime e ao terror entre as populações civis.



“ Por isso, há uma média de assassinatos anuais de 500 mil mulheres ou seja morta por armas de fogo. Isto me faz lembrar a segunda guerra mundial, e não eram muito diferentes aos números de soldados mortos “,disse.



Para o diplomata existe hoje uma guerra mundial contra as mulheres por parte de homens cobardes e espera-se que, em breve, a Guiné-Bissau possa juntar – se ao número de países que não só se associaram ao acordo que se está a celebrar agora, mas também a sua ratificação tornando-se no centésimo Estadoa fazê-la.



Veiga Filho disse esperar que em breve seja promulgado a lei da igualdade que já foi votada no parlamento, frisando que a ONU reconhece a importância das mulheres nesta luta pelo progresso social da humanidade.



Participam no encontro os parlamentares dos países da Comunidade da Língua Portuguesa, e a sessão  termina terça-feira.



No dia 24 começa outro seminário de parlamentares lusófonos sobre a “Promoção da Implementação da Comvenção sobre Armas Biológicas e Tóxicas”.

Notabanca; 22.10.2018

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