O
diretor-geral do Gabinete Técnico de Gabinete Apoio ao Processo Eleitoral
(GTAPE) na Guiné-Bissau, Alain Sanka, disse hoje que pediu o reforço da
segurança junto das mesas de recenseamento eleitoral, depois de registados dois
ataques.
"Queremos que a segurança
seja reforçada. Estamos preocupados com a segurança e já pedimos ao Ministério
da Administração Interna para colocar mais pessoas no terreno a garantir a
segurança dos brigadistas", afirmou Alain Sanka, em conferência de
imprensa na sede do GTAPE, em Bissau.
Segundo o diretor-geral do GTAPE,
no domingo foi registado um ataque em Fulacunda, no sul do país, e hoje um em
Canchungo, no centro.
Alain Sanka explicou que as duas
mesas onde estava a ser feito o recenseamento foram atacadas, num dos casos
chegaram mesmo a danificar o material, nomeadamente o acumulador de energia e o
aparelho das impressões digitais.
O diretor-geral do GTAPE
considerou que aqueles ataques, que impediram as pessoas de se recensearem,
foram feitos para defenderem interesses de partidos políticos.
"O material que se estragou
vai ser pago por quem o danificou", disse.
Na conferência de imprensa, Alain
Sanka denunciou também que os fiscais dos partidos políticos estão a reter o
cartão de eleitor das pessoas que se acabaram de recensear para tirar dados
pessoais e sublinhou que isso é proibido.
"Os partidos políticos podem
pedir aos brigadistas o número de recenseados, mas não podem pedir o cartão de
eleitor e tirar os dados pessoais das pessoas recenseadas. As pessoas estão a
reclamar", disse.
O Presidente José Mário Vaz
marcou as eleições legislativas para 18 de novembro em abril, na sequência de
uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO para
ultrapassar o impasse político que se vivia no país desde 2015 e que incluiu
também a nomeação de Aristides Gomes primeiro-ministro do país, bem como a
reabertura do parlamento.
O processo eleitoral em curso na
Guiné-Bissau tem provocado fortes críticas dos partidos sem assento parlamentar
e da sociedade civil, que têm pedido que as legislativas sejam adiadas.
Em causa está, essencialmente, o
recenseamento eleitoral que não decorreu entre 23 de agosto e 23 de setembro,
como previsto, devido a atrasos na chegada dos equipamentos para recenseamento
biométrico.
A Nigéria acabou por se
disponibilizar para doar 350 'kits' de registo biométrico, mas apenas 150
chegaram ao país, devendo os restantes ser recebidos nos próximos dias.
O recenseamento começou a 20 de
setembro e deve terminar a 20 de outubro.
O Gabinete Técnico de Apoio ao
Processo Eleitoral está a fazer o registo de eleitores em todo o território
nacional com apenas 150 'kits'.
Notabanca; 08.10.2018
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