PGR BACAR BIAI NEGA QUE ESTEJA A FAZER PERSEGUIÇÃO AOS MEMBROS DO
SINDICATO DO MP
O
Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau negou alegada perseguição aos
membros do Sindicato de Magistrados do Ministério Publico.
Sindicato
dos magistrados do Ministério Público considerou recentemente de “ilegais e
injustas” as movimentações que o Procurador-geral está proceder na instituição.
O
magistrado, Domingos Martins, líder do sindicato figura no cabecilha nas
operações de transferências processadas por Bacar Biai. Também, o nome do
secretário-geral da organização sindical, Jorge João Pedro Gomes consta da
lista.
Bacar Biai
reagia hoje em conferência de imprensa às acusações proferidas por elementos do
referido sindicato, na sequência do despacho número 3/GPGR/ 2018, relativamente
a movimentação dos magistrados feita pelo Procurador-geral nas diferentes
estruturas do Ministério Público.
Bacar Biai
justificou que a decisão não só visa
imprimir maior dinâmica nos serviços daquela Instituição, como também se
deve as constatações reveladas por
relatórios trimestrais apresentados nos últimos tempos e que deram conta
de uma fraca produtividade de alguns serviços do Ministério Público,
nomeadamente, o Gabinete de Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos, que nos
últimos trimestres não registou a conclusão de um único processo.
Para além
disso, conforme Procurador-geral, durante oito meses, os magistrados
transferidos não acusaram e nem arquivaram nenhum processo, enquanto os
cidadãos questionam o papel do Ministério Público no sistema judicial
guineense.
“Os
magistrados têm a função de investigar as denúncias e no final acusar os
processos por ter reunido elementos comprovativos ou arquivá-los por falta de
provas. Mas durante o ano 2017/2018 nenhum dos magistrados conseguiu acusar
pelo menos cinco processos”, criticou Bacar Biai.
Para mostrar
a fraca produtividade dos magistrados transferidos, o Procurador exibiu o
relatório de segundo semestre de 2018, que indica que nenhum processo deu entrada e nem foram
arquivados ou pendentes.
Sustentou
que o povo está insatisfeito com essa situação, porque várias denúncias foram
feitas e não há resposta do Ministério Publico.
“Em matéria
penal, um Juiz não pode proferir uma sentença se o Ministério Público não faz
acusação, mesmo em caso de ocorrências de
crimes. Isso não compete aos juízes por iniciativa do próprio, jugar.
Cabe ao Ministério Público investigar e entregar as provas ao juiz e de seguida
proceder com julgamento do caso”, disse.
Em relação
ao Gabinete de Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos e Vara Crime, Bacar
Biai considera estes departamentos de estratégicos para a sua instituição,
acrescentando que se encontram actualmente com vários processos a espera de
eventual acusação ou arquivação.
Instado a falar da acusação segundo a qual a
medida não é de conhecimento do Conselho
Superior da Magistratura do Ministério Público, Biai disse que numa reunião
ordinária realizada em Janeiro do ano em curso, o referido órgão conferiu ao
Procurador-geral as competências para realizar
movimentações dos magistrados e Oficiais de Justiça.
A
movimentação em causa, segundo Bacar Biai , atingiu cerca de 50 por cento do pessoal
do Ministério Público.
Notabanca;
03.10.2018
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