Desde 2015, a média anual do investimento direto da China no continente fixou-se em 3 mil milhões dólares.
China foi, no primeiro semestre de 2018, o maior parceiro comercial de África, pelo nono ano consecutivo, em resultado dos vários acordos de cooperação assinados entre Pequim e o continente, revelam dados divulgados esta quarta-feira.
Entre janeiro e junho de 2018, o comércio bilateral aumentou 16%, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares (84.600 milhões de euros), afirmou o vice-ministro chinês do Comércio, Qian Keming, em conferência de imprensa.
Em 2015, Pequim assinou dez acordos de cooperação com o continente, nas áreas económica e comercial, durante o Fórum de Cooperação China África (FOFAC), que se realizou em Joanesburgo.
Qian afirmou
que os acordos foram todos implementados e alguns "produziram resultados
muito bons".
Desde 2015,
a média anual do investimento direto da China no continente fixou-se em 3 mil
milhões dólares (2,5 mil milhões de euros), com destaque para novos setores
como manufatura, finanças, turismo e aviação.
Os dados
hoje divulgados estimam que a cooperação com Pequim traga ao continente 30.000
quilómetros de autoestradas, uma capacidade anual portuária de 85 milhões de
toneladas e uma capacidade de produção elétrica de 20.000 megawatts.
A próxima
edição da FOFAC realiza-se em Pequim, entre 3 e 4 de setembro, e contará com a
participação de dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de
Angola e Moçambique, João Lourenço e Filipe Nyusi, respetivamente.
O
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também participará.
Críticos
apontam que a maioria do financiamento chinês em África parece servir o crédito
à exportação e outros critérios que visam promover os objetivos chineses.
"A maior fatia do financiamento não visa permitir um crescimento
económico significante para os países recetores", aponta a unidade de investigação
China AidData, sediada nos Estados Unidos, que nota ainda que o financiamento
chinês vai para países que votam alinhados com Pequim nas Nações Unidas.
A China
AidData diz que "isso não parece bem", mas que uma análise aos EUA e
outros países ocidentais demonstra a mesma tendência.
Segundo
estimativas ocidentais, vivem em África um milhão de chineses, dos quais um
quarto em Angola.
Notabanca;
30.08.2018
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