FUNÇÃO
PÚBLICA GUINEENSE INICIOU HOJE GREVE GERAL DE OITO DIAS
A função pública guineense iniciou hoje uma nova
greve, de oito dias úteis, para protestar contra a "ausência de respostas
do Governo" face à exigência de reajuste salarial, segundo um pré-aviso da
paralisação entregue ao primeiro-ministro, Aristides Gomes.
O documento, assinado pelo secretário-geral da União
Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, informa o
primeiro-ministro sobre a greve que vai decorrer a partir de hoje e até 02 de
agosto, para reclamar o reajuste dos salários que, diz a nota, não abrange a
Função Pública guineense "volvidas quase duas décadas".
A UNTG acusa o Governo de ter abandonado a política de progressão nas
carreiras, que a lei estipula para os funcionários públicos, bem como deixou de
pagar as pensões, abono de família, parou com a assistência medica e
medicamentosa aos servidores públicos e seus familiares, além de não definir o
salário mínimo nacional.
"Todas essas omissões cometidas pelo Estado da Guiné-Bissau tiveram
reflexos bastante prejudiciais na vida dos funcionários públicos e seus
familiares", adianta a fundamentação do pré-aviso da greve a que a Lusa
teve hoje acesso.
A UNTG defende que o anterior Governo se comprometeu em, até ao primeiro
semestre de 2017, proceder ao reajuste dos salários, mas o atual executivo,
liderado por Aristides Gomes, recusa-se a executar.
A organização sindical afirma ainda que o atual executivo se recusou a pagar os
salários devidos aos funcionários públicos referentes a 2003, período em que o
então Governo não pagou nenhum ordenado aos servidores do Estado.
Para a maior central sindical guineense, há 43 anos que os servidores públicos
"são explorados pelos seus próprios concidadãos que assumem o poder".
A Lusa constatou que os funcionários públicos de vários ministérios não
compareceram hoje ao trabalho, nomeadamente no hospital Simão Mendes, nos
serviços dos ministérios do Comércio, da Justiça e da Função Pública, entre outros
departamentos estatais.
Esta é a sétima vaga de greve geral decretada pela UNTG nos últimos dois meses.
Na semana passada, o primeiro-ministro Aristides Gomes instituiu uma comissão
para estudar as modalidades de reajuste salarial na Função Pública.
Notabanca; 24.07.2018
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