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Em declarações à Lusa, Samora Machel Júnior, filho do ex-chefe de Estado moçambicano, que proclamou a independência do país, disse tratar-se de "informações importantes e encorajadoras" para se apurar a verdade sobre as causas da queda do avião presidencial.
"É sinal de que existem fortes indícios (de que não se tratou de erro humano, como indicam algumas teorias) que levaram o governo sul-africano a reabrir o processo", disse à Lusa Samora Machel Júnior.
"Eu
fazia parte da equipa de reserva, armada com mísseis terra-ar, que seriam
utilizados caso o primeiro plano falhasse", disse Hans Louw, assinalando
que também colaborou nos relatórios e trâmites burocráticos da morte de Samora
Machel.
Hoje, o
filho de Samora Machel disse à Lusa que há muito que "a família continua à
espera" de uma posição oficial do Estado moçambicano sobre a morte do
ex-Presidente de Moçambique.
"Até
este momento tudo o que temos ouvido é com base no que sai nos órgãos
moçambicanos e sul-africanos. Não tivemos nenhum contacto com o Estado"
para abordar as informações que têm sido veiculadas pela imprensa nacional ou
estrangeira sobre o assunto, disse Samora Machel Júnior.
O filho de
Samora Machel afirmou que a sua família continua "à espera dos resultados
dos inquéritos" dos governos de Moçambique e da África do Sul".
"Os
Estados moçambicano e sul-africano é que têm que fazer as devidas análises
(dessas informações divulgadas). Para nós quaisquer informações são
importantes", acrescentou.
No ano
passado, as autoridades sul-africanas voltaram a investigar o caso.
O primeiro
Presidente da República de Moçambique e outras 33 pessoas morreram a 19 de
outubro de 1986, após a queda do avião presidencial, um Tupolev de fabrico
soviético, nas colinas em Mbuzini, perto da fronteira sul-africana com
Moçambique, quando regressavam da Zâmbia em direção a Maputo.
O ex-agente
da secreta sul-africana contou que o regime do "apartheid" tinha um
plano A: desviar o Tupolev da sua rota por meio de emissão de falsos sinais de
rádio, para que o piloto russo conduzisse o avião para território sul-africano,
o que efetivamente aconteceu.
O aparelho
acabou por se despenhar nas montanhas de Libombo, na região de Mbuzini, pois o
piloto estava convencido de que estava a baixar em direção a Maputo.
Hans Louw
disse que os falsos sinais que desviaram o avião presidencial moçambicano
teriam sido usados também para abater um avião militar angolano em 1989.
Notabanca;
19.12.2017
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