Mais de 6 milhões de senegaleses foram chamados às
urnas no domingo para eleger novo Parlamento. Eleição ficou marcada por fortes
chuvas no país, problemas na organização e suspeitas de fraude levantadas pela
oposição.
Vários constrangimentos estão a atrasar a contagem dos votos, segundo a agência de notícias AFP. Ainda assim, citando fontes oficiais, a televisão pública senegalesa RTS fala numa participação alta, comparando com as presidenciais de 2012. Cerca de 54% dos eleitores terão votado nestas eleições.
Vários constrangimentos estão a atrasar a contagem dos votos, segundo a agência de notícias AFP. Ainda assim, citando fontes oficiais, a televisão pública senegalesa RTS fala numa participação alta, comparando com as presidenciais de 2012. Cerca de 54% dos eleitores terão votado nestas eleições.
As legislativas de domingo (30.07) são vistas como um teste para o atual chefe de Estado Macky Sall, de olhos postos nas presidenciais agendadas para 2019.
Os primeiros resultados oficiais são esperados na
manhã desta segunda-feira, depois de um dia de longas filas de espera em várias
assembleias de voto.
Estas legislativas ficam marcadas pelo recorde de 47
listas, bem como pelo regresso à política ativa do ex-Presidente Abdoulaye
Wade, aos 91 anos. Mas, em muitos locais, faltaram boletins de voto. Durante a
campanha eleitoral houve ainda confrontos violentos e protestos pelos atrasos
na entrega dos cartões de identidade biométricos necessários para votar. Na
véspera das eleições, muitos eleitores ainda não tinham recebido os documentos:
"Fiz um requerimento há praticamente sete ou oito meses e ainda não recebi
o cartão de identidade nem o cartão de eleitor", denunciou um eleitor.
Face aos problemas na organizarão do escrutínio,
Abdoulaye Wade acusou Macky Sall de "criar o caos" nos "locais
onde a oposição iria vencer".
Wade foi recebido com aplausos quando regressou ao
Senegal, no mês passado, para a campanha eleitoral, após dois anos a residir
fora do país. O principal candidato da coligação da oposição foi Presidente do
Senegal de 2000 a 2012 e é visto como um dos possíveis vencedores da votação,
que o opõe ao candidato da Aliança pela República, do chefe de Estado Macky
Sall, que pretende manter Mohammed Dionne como primeiro-ministro.
Sall, no poder desde 2012, quer reforçar a maioria
parlamentar nestas legislativas. Se conseguir a vitória, tem boas hipóteses de
obter um segundo mandato presidencial em 2019.
Ao longo da campanha, Abdoulaye Wade tentou travar
esta possibilidade, afirmando repetidamente que a Presidência de Sall é um
fracasso e criticando a actuação das forças de segurança, que usaram gás
lacrimogéneo para dispersar manifestantes que reivindicavam os documentos
necessários para votar.
Outra das listas é liderada pelo presidente da Câmara de
Dacar, Khalifa Sall, detido preventivamente desde março sob a acusação de
"desvio presumível de fundos". Khalifa Sall afirma que é vítima de
"intriga política": por diversas vezes foi-lhe negada a fiança e os
seus apoiantes acusam o Presidente Macky Sall de insistir nas acusações contra
o autarca de Dacar para diminuir as suas hipóteses nas urnas.
Os primeiros resultados parciais e provisórios
compilados pelos meios de comunicação senegaleses dão, no entanto, uma vantagem
significativa a Khalifa Sall na capital.
Entre trocas de acusações e problemas na votação,
aguarda-se a divulgação dos 165 deputados do Parlamento senegalês, um órgão com
pouca influência no país: nos últimos cinco anos, foram aprovadas 156 leis no
Parlamento e apenas uma foi proposta pelos deputados. As restantes resultaram
de projetos de lei do Governo.
Notabanca; 31.07.2017
Notabanca; 31.07.2017
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