segunda-feira, 12 de junho de 2017

DOIS AGENTES DA PJ CUMPREM ORDEM DO MANDATO DE DETENÇÃO PARA MANECAS DOS SANTOS

Manecas dos Santos, dirigente do PAIGC escapou a detenção.
Polícias foram a casa do comandante do PAIGC para
o deter. Ao DN, dissera que o país pode estar na iminência de golpe e criticara o atual presidente. 
"Manuel dos Santos, (Manecas dos Santos) comandante histórico do PAIGC, está sob pressão do Ministério Público da Guiné-Bissau desde que deu uma entrevista crítica ao DN, alertando para a possibilidade de o país estar na iminência de um golpe de Estado."
"Na sexta-feira, dois agentes da Judiciária foram a casa dele para cumprir um mandado de detenção", disse ontem à noite ao DN Carlos Pinto Pereira, advogado de Manecas dos Santos. Mas o comandante, de 74 anos, tem estado com problemas de saúde e fora internado na véspera: " A esposa informou os agentes que ele estava hospitalizado e disse-lhe para contactarem comigo."
Questionado por horas, ele reiterou que apenas emitira a sua opinião. O processo foi arquivado. Mas dias depois outro foi aberto, reconvocando-o para novo interrogatório, a 2 de junho. Manecas apresentou atestado médico, explicando que não podia comparecer por motivos de saúde. Ainda assim, a 5 de junho, o delegado do procurador emitiu o mandado de detenção, e a 9 apareceram em casa dele.
Carlos Pinto foi ao Ministério Público nessa própria sexta. "Li o mandado. Não especifica o propósito da detenção, quando devia dizer que o motivo era não ter comparecido a uma audiência judicial. A falta sem justificação pode ser motivo para mandado, mas não foi o caso. Ele não pôde ir por motivos de saúde e justificou. Essa justificação foi entregue por mim, mas fizeram tábua rasa dela. Não estavam interessados nisso, estavam interessados em vexar o comandante. Não lembra ao diabo prender uma pessoa para a ouvir quando ela está 100% disponível para ser ouvida. Ele foi internado na quinta-feira, antes de sabermos que havia o mandado. Sentiu-se mal, está a ser acompanhado por um médico há bastante tempo. O atestado médico é de 22 de maio e prova que não havia intenção de enganar ninguém." 
Mas o Ministério Público duvidou. Ainda na sexta, chamou o médico a depor. "Quando eu estava a sair de lá, cruzei-me com ele", conta o advogado. "Ele esclareceu o que havia a esclarecer."
Alguns observadores no terreno apontam que Manecas dos Santos está a coordenar a convenção do PAIGC que vai estruturar a orientação do partido para futuras eleições, aguardadas com expectativa. A sua detenção visaria travar esse processo, considerado decisivo. Avançou DN.
Notabanca; 12.06.2017

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