REVENDEDORAS
DE PEIXE DA GUINÉ-BISSAU QUEIXAM-SE DE FALTA DE PRODUTO NO MERCADO
As
mulheres da associação de revendedoras de peixe da Guiné-Bissau
queixaram-se hoje no Ministério das Pescas da falta do produto no
mercado guineense e de serem impedidas de o comprar no vizinho Senegal.
Segundo Mariama Djaló e Antónia Djaló, que representaram a associação no
Ministério das Pescas, o mercado regista falta de peixe nos últimos três meses
sem que haja uma explicação sobre o que se passa.
Antónia Djaló, revendedora de peixe desde 1992, afirmou compreender as
dificuldades do Governo, mas observou que apenas com a criação de uma frota
nacional poderá ser ultrapassada a falta de peixe no mercado.
As revendedoras - mulheres que compram o peixe aos armadores privados e
estatal para venda nos mercados - dizem que o mercado guineense necessita
mensalmente de entre 75 e 100 toneladas de peixe para "cobrir" os 12
mercados da associaçãoComo aquela quantidade raras vezes é atingida, as revendedoras deslocam-se a
Ziguinchor, região do Sul do Senegal, que faz fronteira com o Norte da
Guiné-Bissau, para se abastecerem de peixe para o mercado guineense.
"Agora ouvimos que o Governo proibiu a entrada do peixe do Senegal para
o nosso país. Não compreendemos essa medida", observou Mariama Djaló, que
espera uma explicação do Ministério das Pescas.
As duas mulheres lembraram ao Governo que é através do negócio do peixe que
"muitas mulheres" conseguem pagar a alimentação familiar e os estudos
dos filhos "em Portugal, na Rússia ou no Brasil".
"Graças à venda do peixe, muitas mulheres têm agora filhos
formados", salientou Antónia Djaló.
O representante do Ministério das Pescas no encontro com as mulheres
revendedoras de peixe prometeu transmitir as preocupações ao ministro das
Pescas, Orlando Viegas.
Notabanac, 14.07.2017
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