FMI
DEFENDE LIVRE CONCORRÊNCIA NA CAMPANHA DE CAJU NA GUINÉ-BISSAU
O representante do Fundo Monetário Internacional na Guiné-Bissau, Oscar
Melhado, defendeu hoje a livre concorrência na campanha de caju, salientando
que o importante é garantir um bom preço aos produtores nas tabancas (aldeias).
Oscar Melhado falava aos jornalistas depois de um en Tobias
Rasmussem. "Falamos sobre o setor do caju, em que o mais importante
é garantir um preço alto aos produtores nas tabancas. Para isso deve haver
livre concorrência, não deve haver qualquer impedimento para qualquer pessoa
que queira comprar caju nas tabancas", salientou o responsável.
A campanha de caju deste ano tem estado envolta em polémica, depois de, em
abril, o Governo, sob proposta do ministro do Comércio, Victor Mandiga, ter
aprovado uma lei que impede os comerciantes estrangeiros de comprar diretamente
a castanha de caju ao produtor.
A lei tinha que ser promulgada pelo Presidente guineense, que esta semana
informou que não a promulgou porque é nociva para a economia do país.
Nas declarações aos jornalistas, Oscar Melhado destacou também o "bom
trabalho" feito pela equipa do Ministério das Finanças "nos últimos
meses", incluindo na continuação da estabilidade macroeconómica.
"Um trabalho rigoroso e de procura de recursos para o país, com
disciplina nas despesas e a fazer os gastos sociais necessários", disse.
O representante do FMI em Bissau disse que também pediu às autoridades
guineenses para apostarem no desenvolvimento económico dos setores agrícola e
do turismo.
O FMI retomou o programa de assistência técnica e financeira à Guiné-Bissau
em dezembro de 2016, depois de o Governo guineense ter recuado na tomada de
algumas medidas, das quais a organização financeira internacional discordava.
O FMI não concordou com a compra da carteira de créditos malparados do setor
privado à banca comercial e ainda com o destino que se estava a pensar dar a
toros de madeira cortada nas florestas do país e que foram confiscados pelo
Estado.
A instituição mundial exigiu a anulação da operação da compra da divida aos
bancos e ainda instou o Governo a vender a totalidade da madeira confiscada com
o dinheiro a reverter para o Tesouro Público.
Notabanca; 11.05.2017
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