segunda-feira, 17 de novembro de 2025

PLS concorre apenas no Círculo 8 devido ao incumprimento da Lei Eleitoral

O Partido da Libertação Social (PLS) participa nas eleições legislativas de 23 de Novembro  apenas no Círculo Eleitoral n.º 8, concretamente o sector de Mansoa e Nhacra, por não ter conseguido cumprir as exigências legais para apresentar listas em todos os círculos do país.

A informação foi avançada hoje em entrevista exclusiva à ANG  pelo vice-presidente do partido, Mussum Nanduk, que reconheceu dificuldades  internas na  preparação das candidaturas.

De acordo com o dirigente, a lei obriga cada formação política a apresentar listas completas, compostas por membros efetivos e suplentes, frisando que o PLS não conseguiu reunir o número mínimo de suplentes em vários círculos, o que inviabilizou a sua candidatura a nível nacional.

Mussum Nanduk admitiu que esta limitação reduz  as possibilidades de o partido  sair como vencedor  das eleições legislativas.

Nanduk afirmou que, por essa razão, o PLS concentra agora todos os seus esforços no círculo 8, com o objetivo de eleger até quatro deputados.

Instado apresentar as linhas programáticas, o vice-presidente do Partido da Libertação Social,  descreveu a situação do país como “doente”, defendendo reformas profundas em todos os setores, com destaque para a justiça, que considera essencial para o progresso nacional.

Afirmou que a prevalência de atos de corrupção na administração pública resulta do mau funcionamento do sistema judicial.

O dirigente politico  defendeu ainda uma justiça social baseada na distribuição equitativa dos recursos do Estado, criticando a utilização do erário público para alimentar conflitos políticos e sucessivos processos eleitorais.

Para além do sector judicial, Mussum Nanduk  indicou os sectores da educação, agricultura e saúde entre as prioridades.

No setor da educação, de acordo com Nanduk,  o PLS promete reforçar a formação dos professores e melhorar as condições de trabalho e salariais, visando a criação de um sistema capaz de formar quadros qualificados.

Acrescentou que o partido defende uma reforma profunda, desde o ensino pré-escolar até ao 12.º ano, incluindo investimentos em infraestruturas escolares.

Aquele político disse que a agricultura surge como uma das principais prioridades do programa do PLS, tendo em conta o seu peso na dieta alimentar dos guineenses.

Disse que por essa razão  defende a mecanização do setor e critica o volume de produtos importados do Senegal, tais como repolho, tomate e outros bens essenciais.

Para Mussum Nanduk, os recursos utilizados nas campanhas politicas  deveriam ser canalizados para a aquisição de máquinas que aumentassem a produção agrícola interna.

O dirigente lamentou ainda o abandono das fábricas de transformação de caju construídas no âmbito da cooperação com a Líbia, alertando para o risco de deterioração dos equipamentos e perda de investimentos avaliados em milhões de dólares ou francos CFA.

Questionado sobre como pretende financiar a mecanização agrícola, Mussum Nanduk se referiu a parcerias internacionais, nomeadamente com a República Popular da China, e o Japão, e a utilização das receitas provenientes da emissão de licenças de pesca.

No domínio da saúde, o PLS considera “inaceitável” a situação de sucessivas greves no país, tendo criticado a incapacidade do governo em resolver os conflitos laborais.

Considerou de “indignas” as condições de atendimento, incluindo casos de pacientes deixados  no chão em algumas unidades hospitalares, por causa da
greve em curso no sector de saúde. Nanduk destacou que as reivindicações dos profissionais são centradas no pagamento de salários e melhoria das condições de trabalho, e que deveriam ser prioridade do Executivo.

O PLS promete ainda apostar no turismo como motor para dinamizar a economia, criar emprego e reduzir o recurso ao endividamento externo, nomeadamente através do Banco Mundial e  Fundo Monetário Internacional.

Sobre a atual governação, Mussum Nanduk classificou-a como “uma das piores”, devido aos sucessivos episódios de instabilidade política, acusações de tentativas de golpe de Estado e interrupção  de mandatos saídos das eleições legislativas

Notabanca; 17.11.2025 

 

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