FIM DO MAIOR “SHUTDOWN” DA HISTÓRIA: CONGRESSO APROVA ACORDO ORÇAMENTAL DA AMERICA
O
Congresso dos Estados Unidos aprovou um acordo orçamental que põe fim ao maior
encerramento do Governo na história do país, que durou 43 dias, resultado de um
impasse prolongado entre republicanos e democratas.
A Câmara dos Representantes aprovou esta quarta-feira o projeto de lei apresentado pelo Senado na segunda-feira, com 222 votos a favor — entre os quais seis democratas — e 209 contra, incluindo dois republicanos que votaram ao lado da oposição.
A
medida segue agora para a Casa Branca, onde o Presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, convocou a imprensa para uma cerimónia às 21h45 (2h45 em Lisboa),
durante a qual assinará o acordo que formaliza o fim do bloqueio governamental.
Os
deputados regressaram esta semana a Washington, após quase oito semanas de
ausência, para aprovar o compromisso que, segundo observadores, acentuou ainda
mais as divisões partidárias no Congresso.
Os
democratas pretendiam incluir no acordo a prorrogação do financiamento da Lei
dos Cuidados Acessíveis (Obamacare) — o programa de seguro de saúde para
famílias de baixos rendimentos —, que termina no final do ano. Contudo, o tema
acabou por ficar fora do projeto final, com o compromisso republicano de o discutir
separadamente.
Alguns
republicanos, porém, já deixaram claro que essa promessa pode não vir a ser
cumprida.
“Avisámos-vos
há 43 dias, por experiência própria, que paralisações do Governo não
funcionam”, afirmou o republicano Tom Cole, presidente da Comissão de
Apropriações da Câmara.
“Nunca
alcançam o objetivo anunciado. E agora adivinhem? Vocês ainda não alcançaram
esse objetivo e não vão alcançá-lo”, acrescentou, numa referência ao Obamacare.
Durante
o debate, as acusações cruzadas dominaram o plenário. O presidente da Câmara
dos Representantes, Mike Johnson, responsabilizou os democratas pelos efeitos
do bloqueio.
“Eles
sabiam que isso causaria sofrimento e mesmo assim fizeram-no”, disse Johnson.
Já
o democrata Jim McGovern, deputado por Massachusetts, acusou os republicanos de
“deixarem as famílias à mercê do destino”, após terem aprovado benefícios
fiscais no início do ano que, segundo os democratas, favorecem sobretudo os
mais ricos.
“Deixam
as famílias sem nenhuma garantia de que haverá alguma vez uma votação para
prorrogar os créditos fiscais que ajudam as pessoas comuns a pagar os seus
cuidados de saúde”, afirmou.
Por
sua vez, o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, garantiu que o partido
não desistirá da extensão do Obamacare.
“Esta
luta não acabou”, declarou Jeffries. “Estamos apenas a começar.”
Após
essa votação, Mike Johnson enviou os legisladores para casa e transferiu para o
Senado a responsabilidade de alcançar um acordo de financiamento. Esse
entendimento acabou por ser atingido na segunda-feira, com o apoio de oito
senadores — sete democratas e um independente.
A nova lei, que Donald
Trump deverá assinar, financia três projetos de despesas anuais e prorroga o
restante orçamento federal até 30 de janeiro. Em contrapartida, os republicanos
comprometeram-se a votar, até meados de dezembro, a prorrogação do
financiamento dos subsídios de saúde — embora sem garantias de que esse
compromisso venha a ser cumprido.
Notabanca; 13.13.2025


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