“NÃO SOMOS NEM SEREMOS COLÓNIA DE NINGUÉM. BRASIL NÃO RECEBE ORDENS DE NINGUÉM”-Diz Lula
O chefe de Estado realçou que o país mantém
"relações amistosas com todos os países", mas não "aceitará
ordens de ninguém" porque "o Brasil só tem um senhor: o povo
brasileiro".
O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da
Silva criticou os "traidores da pátria" e afirmou que o Brasil não
"aceita ordens" de outros países, face à pressão de Washington sobre
o julgamento de Jair Bolsonaro.
"Não somos, nem seremos, colónia de ninguém. Somos capazes de governar e cuidar da nossa terra e do nosso povo, sem interferência de qualquer governo estrangeiro", disse Lula da Silva, numa nota oficial divulgada no sábado.
O chefe de Estado realçou que o Brasil
mantém "relações amistosas com todos os países", mas não
"aceitará ordens de ninguém" porque "o Brasil só tem um senhor:
o povo brasileiro".
"Defendemos a nossa democracia e
resistiremos a quem tentar miná-la", garantiu Lula, num discurso
transmitido na rádio e televisão, a propósito do Dia da Independência, que se
assinala hoje.
O líder brasileiro pareceu referir-se aos
Estados Unidos, cujo líder Donald Trump, que se opõe à acusação do amigo e
aliado político Bolsonaro, que considera vítima de uma "caça às
bruxas".
No discurso, durante o qual surgiu a usar
uma gravata com as cores da bandeira brasileira e que durou cerca de cinco
minutos, Lula lembrou que a Constituição "estabelece a independência entre
os três poderes".
"Isto significa que o Presidente do
Brasil não pode interferir nas decisões do poder judicial brasileiro, ao
contrário do que querem impor ao nosso país", disse o chefe de Estado.
O julgamento de Bolsonaro, e de sete
membros da sua cúpula, acusados de tentativa de golpe de Estado, entrou na fase
final e o ex-Presidente pode ser condenado a uma pena de até 40 anos de prisão.
Lula fez ainda uma referência implícita a
uma outra investigação que envolve a família Bolsonaro.
O líder disse que "o papel de alguns
políticos brasileiros que incentivam ataques contra o Brasil" é
inaceitável, referindo-se a um dos filhos do ex-Presidente, o deputado federal
Eduardo Bolsonaro.
Bolsonaro e o filho Eduardo estão a ser
investigados por tentarem obstruir o julgamento por tentativa de golpe de
Estado, com o apoio da administração Trump.
"Foram eleitos para trabalhar para o
povo brasileiro, mas defendem apenas os seus interesses pessoais. São traidores
da pátria. A história não os perdoará", afirmou Lula.
De acordo com a polícia, Bolsonaro e o
filho Eduardo, que está nos Estados Unidos há seis meses, procuraram
"induzir, instigar e auxiliar" o Governo norte-americano a impor
sanções ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Brasil.
Os Estados Unidos revogaram os vistos de
vários juízes do STF, bem como de alguns ministros de Lula, e impuseram tarifas
de 50% sobre uma parte significativa das importações brasileiras.
Notabanca; 07.09.2025

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