quinta-feira, 4 de setembro de 2025

EMBALÓ E SUPREMO DEFINEM FIM DO MANDATO PARA HOJE, OPOSIÇÃO E PARTE DA SOCIEDADE CIVIL DEFENDEM FEVEREIRO ÚLTIMO

Termina hoje, 4 de setembro, o mandato do presidente Umaro Sissoco Embaló, segundo a interpretação defendida por ele e pelo Supremo Tribunal de Justiça, com base na validação das eleições de 2019.

Embora a posse simbólica tenha ocorrido apenas em 27 de fevereiro de 2020, num hotel de Bissau, Embaló sempre sustentou que o mandato contaria a partir da validação pelo Supremo. Juristas, partidos políticos e organizações da sociedade civil contestam essa interpretação, afirmando que o presidente deveria ter deixado o cargo em 27 de fevereiro deste ano e exigindo a realização imediata de eleições.

O Supremo Tribunal de Justiça, entretanto, determinou que o mandato se estenderia até 4 de setembro de 2025, estabelecendo que Embaló só deixaria a função após a posse do próximo presidente.

A tensão política intensificou-se em fevereiro, quando as coligações PAI–Terra Ranka e API–Cabas Garandi convocaram uma paralisação nacional, declarando que Embaló já não era presidente da República. Para a oposição, a permanência no poder equivaleria a um golpe de Estado. O governo, então liderado por Rui Duarte Barros, respondeu com ameaças de aplicar “medidas adequadas” contra os aderentes à paralisação.

Diante da crise, a CEDEAO e o Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental e o Sahel enviaram uma missão de mediação entre 21 e 28 de fevereiro, interrompida após Embaló ameaçar expulsar os mediadores. A organização regional chegou a prometer a publicação de um relatório sobre a missão, que até hoje não foi divulgado.

No dia 3 de março, Embaló anunciou a intenção de disputar um segundo mandato, contrariando declarações anteriores em que afirmava não recandidatar-se.

As eleições presidenciais e legislativas estão agendadas para 23 de novembro. Até lá, o atual chefe de Estado permanecerá no cargo.

Notabanca; 04.09.2025 

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