SISSOCO RECUSA EXPLICAR EXPULSÃO DA LUSA, RTP E RDP
O Presidente guineense, Umaro Sissoco
Embaló, escusou-se a explicar os motivos da expulsão dos órgãos de comunicação
social portugueses. "Não vou falar nada sobre Portugal em Cabo
Verde".
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, escusou-se este domingo (17.08), em Cabo Verde, a explicar os motivos da expulsão dos órgãos de comunicação social portugueses, justificando que o problema é entre a Guiné-Bissau e Portugal.
"É um problema da Guiné-Bissau com
Portugal, não é com Cabo Verde. Não vou responder a isso", disse o
Presidente guineense quando questionado pelos jornalistas, no palácio do
Governo, na cidade da Praia.
O Governo da Guiné-Bissau decidiu na
sexta-feira expulsar as delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP do país,
suspender as suas emissões com efeitos imediatos e ordenar aos seus
representantes que deixem o país até terça-feira. Não foram avançadas razões
para esta decisão.
"Não vou falar nada sobre Portugal em
Cabo Verde", reforçou Sissoco Embaló.
Perante a insistência dos jornalistas sobre
a liberdade de expressão e imprensa ser um valor universal, Sissoco Embaló
rejeitou que estes valores estejam em causa na Guiné-Bissau.
"Podem ir à Guiné-Bissau e ver se está
interditada a liberdade de expressão. Façam-me essa pergunta na
Guiné-Bissau", disse.
O Presidente da Guiné-Bissau chegou este
domingo a Cabo Verde para uma visita destinada a manifestar solidariedade aos
cabo-verdianos após a tempestade que atingiu a ilha de São Vicente, a 11 de
agosto, provocando nove mortos e mais de duas centenas de desalojados, além da
destruição de casas, estradas e infraestruturas de abastecimento de água e
energia.
A visita, que esteve inicialmente prevista
para sexta-feira (15.08), foi adiada para hoje devido a uma avaria no avião que
iria transportar o Presidente guineense, de acordo com informações das
autoridades cabo-verdianas.
O chefe de Estado guineense foi recebido no
Palácio do Governo pelo primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva.
Também a visita que o Presidente da
Guiné-Bissau tinha agendado para segunda-feira (18.08) à sede da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, foi adiada.
A Guiné-Bissau detém atualmente a
presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que assumiu
na cimeira da organização em 18 de julho, na capital guineense.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros
(MNE) português repudiou a expulsão dos representantes dos órgãos de
comunicação social portugueses, que classificou como "altamente censurável
e injustificável", e manifestou a intenção de pedir explicações ao Governo
guineense.
Notabanca; 17.08.2025

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