quarta-feira, 13 de agosto de 2025

BOTCHE CANDÉ "SETE VEZES" MINISTRO DO INTERIOR O QUE FEZ?

Na história da Guiné-Bissau, nunca nenhuma figura política tinha ocupado as mesmas funções, no Governo, por sete vezes. Botche Candé foi nomeado novamente ministro do Interior e, se tomar posse, o que significa que aceita o cargo, bate todos os recordes e supera todos aqueles que alguma vez na vida foram governantes no país.

Botche Candé não tomou posse na segunda-feira com os restantes membros do Governo, por estar ausente do país. Mas é mais que provável que aceitará as funções, que começou a desempenhar em 2014, num executivo liderado por Domingos Simões Pereira.

Na orgânica do Governo de Simões Pereira, o Ministério do Interior era designado "Ministério da Administração Interna". Mas as competências do ministro são as mesmas. É "dono" das forças de segurança e "controlador" do país.

De de 2014 a esta data, o agora líder do Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) passou em mais cinco Governos e à sétima passagem será no Executivo de Braima Camará, que tomou posse esta semana, no Palácio da República.

Botche Candé teve esse percurso em diferentes governos da Guiné-Bissau

Governos de Domingos Simões Pereira (julho a novembro de 2014), de Baciro Djá (junho a novembro de 2016), de Umaro Sissoco Embaló (dezembro de 2016 a janeiro de 2018), de Nuno Nabiam (março de 2020 a maio de 2022 e ainda de junho a outubro de 2022) e de Rui Duarte Barrros (de dezembro de 2023 a agosto de 2025).

Vários observadores questionam todo este percurso de Botche Candé nos diferentes governos, e nas mesmas funções, lembrando que, cada vez que o político assume as funções do ministro do Interior regista-se casos de espancamentos de manifestantes, por polícias, detenções ilegais e proibição de manifestações.

Recentemente, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) afirmou que, em 2024, com Botche Candé ministro do Interior, pelo menos 124 pessoas foram torturadas no mesmo ministério.

Mas antes, em 2014, a LGDH chegou mesmo a apresentar uma queixa-crime, no Ministério Público, contra Botche Candé, por violação dos direitos humanos.

Notabanca; 13.08.2025 

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