JÚLIO MAMBALI LIBERTADO PELO TRIBUNAL E ADVOGADO EXIGE JULGAMENTO DE BUBO NA TCHUTO AMUBOS DIREITOS VIOLADOS MAIS DE TRÊS ANOS
O Tribunal Regional Militar (TRM) procedeu, na segunda-feira, 22 de julho, à libertação de Júlio Mambali, detido na sequência da suposta tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2022.Segundo informações
avançadas na terça-feira, em Bissau, pelo advogado de defesa, Marcelino Intupé,
a libertação de Júlio Mambali deve-se ao cumprimento do acórdão do Tribunal
Militar Superior, que havia ordenado a libertação imediata dos suspeitos sem
acusação formal.
Embora a decisão venha sendo aplicada de forma seletiva e tardia, o advogado Marcelino Intupé considera que os direitos do seu constituinte — agora em liberdade — foram violados durante mais de três anos.
“Há mais de três anos sem
processo. Não me refiro apenas ao recém-libertado, mas a quase todos os que já
se encontram em liberdade, e também ao almirante Bubo Na Tchuto, que continua
ainda sem julgamento. Para nós, isso representa uma violação dos seus direitos,
ou seja, o tribunal continua a infringir os direitos destas pessoas”, declarou
Intupé, afirmando acreditar no cumprimento do último acórdão do Tribunal.
Em julho de 2024, o Tribunal Militar Superior ordenou a libertação imediata de civis e militares acusados da tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2022. No acórdão publicado pela mais alta instância da justiça militar guineense, consta que o Tribunal Militar Superior (TMS) deu provimento ao recurso da defesa dos detidos, que, entre outros pontos, questionava a forma como foi constituído o Tribunal Militar Regional para o julgamento.
Em reação, esta
terça-feira, horas depois da libertação de Júlio Mambali, Marcelino Intupé
exigiu a urgente marcação do julgamento de Bubo Na Tchuto, que, segundo o
advogado, continua sob sequestro do tribunal, que até hoje não se pronunciou
sobre sua eventual libertação.
“O contra-almirante está
retido sem processo. Para nós, o tribunal não tem outro caminho a seguir senão
marcar imediatamente o seu julgamento”, concluiu o advogado.
Recorde-se que, em
fevereiro deste ano, o Tribunal Militar Regional de Bissau condenou 14
militares por “tentativa de golpe de Estado”, com penas de prisão que variam
entre 12 e 29 anos. A decisão incluiu Júlio Mambali e o contra-almirante José
Américo Bubo Na Tchuto, este último apesar de o tribunal não ter competência
legal para julgá-lo.
Igualmente foram condenados
à revelia os conhecidos operativos militares Papis Djeme e Tchami Ialá,
enquanto alguns militares e civis foram absolvidos.
Notabanca; 22.07.2025


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