FRANÇA PROÍBE ECRÃS PARA CRIANÇAS ATÉ AOS 3 ANOS. "A UTILIZAÇÃO EXCESSIVA DOS ECRÃS PODE AFETAR O NEURODESENVOLVIMENTO"
Em França, crianças com menos de três anos não vão
poder usar ecrãs em espaços de acolhimento. O governo francês quer proteger o
desenvolvimento infantil dos riscos associados à exposição precoce a
dispositivos digitais.
A proibição foi oficializada através de um despacho publicado no Journal Officiel (equivalente ao Diário da República em França) e clara que na Carta Nacional de Acolhimento da Primeira Infância deve vir redigida a proibição do uso de ecrãs para crianças com menos de três anos. Amas, educadores e funcionários de creches devem seguir esta orientação.
A lei passa de sugerir que "não é
recomendado" para ser "proibido expor uma criança com menos de três
anos a um ecrã, devido aos riscos para o seu desenvolvimento".
O impacto negativo dos ecrãs no desenvolvimento
infantil está hoje amplamente documentado. O relatório da Comissão “Crianças e Ecrãs”, apresentado em abril de 2024, destacou
que o uso excessivo ou mal supervisionado de dispositivos digitais pode
provocar perturbações do sono e da visão, promover o sedentarismo e, a longo
prazo, contribuir para o excesso de peso e doenças crónicas.
Um estudo publicado
na Revista Portuguesa de Psiquiatria refere, também, que "nas crianças até
aos 2 anos a utilização excessiva dos ecrãs pode alterar a plasticidade
neuronal e afetar o neurodesenvolvimento, provocando uma perturbação do
desenvolvimento da linguagem e da comunicação".
A Comissão apresentou 29 propostas organizadas por
faixas etárias, com recomendações práticas e graduais:
Proibição total de exposição a ecrãs até aos 3 anos.
Uso fortemente desaconselhado até aos 6 anos, e apenas
ocasional, com supervisão de um adulto e com conteúdos educativos.
Utilização moderada e controlada a partir dos 6 anos.
Sem telemóvel antes dos 11 anos.
Sem acesso à internet no telemóvel antes dos 13 anos.
Sem redes sociais antes dos 15 anos.
Apenas acesso a redes sociais "éticas" após
os 15 anos.
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Viver sem ecrãs deverá incentivar o convívio, a
leitura, a atividade física e cultural, essenciais para o desenvolvimento da
criança. A nova medida convida os pais a refletir sobre os hábitos digitais, em
França, como no resto da Europa.
Notabanca; 12.07.2025

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