EX-PRESIDENTE DA ARGENTINA SUSPEITO DE CORRUPÇÃO EM PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESA DE SEGUROS
Em causa está um
decreto emitido por Fernández enquanto líder do executivo que obrigava o setor
público a contratar seguros em regime de exclusividade através da corretora de
seguros Nación Seguros.
OMinistério Público
da Argentina acusou formalmente o ex-presidente do país, Alberto Fernández, de
irregularidades na contratação de seguros para o setor público durante o seu
mandato, avançou a AP News.
Em causa está um
decreto emitido por Fernández enquanto líder do executivo que obrigava
todo o setor público a contratar seguros em regime de exclusividade através da
corretora de seguros Nación Seguros, uma companhia de seguros pública, à data
dos factos liderada por Alberto Pagliano, amigo de Fernández e casado com a
secretária de Estado do Presidente e Adjunta da Presidência María Marta
Cantero.
A ordem executiva foi
dada em dezembro de 2021 e resultou num grande crescimento da empresa, avança
o jornal El País. A justiça suspeita que este decreto permitiu a
contratação de distribuidores de seguros que receberam comissões de milhões de
dólares acima do valor de mercado.
O juiz responsável
pela acusação, Sebastián Casanello, visou 40 arguidos que, segundo o tribunal,
intervieram “de forma coordenada num esquema de recolha e distribuição de
fundos públicos através da direção irregular na contratação e intermediação de
seguros contratados por diferentes organismos públicos na Nación Seguros”.,
cita o jornal espanhol.
O ex-presidente
permanece em liberdade enquanto o processo prossegue. Não obstante, o juiz
ordenou o congelamento de cerca de 11 milhões de dólares dos bens do suspeito.
Os procuradores
acusam Fernández de realizar negociações incompatíveis com o exercício de
cargos públicos, o que pode acarretar uma pena de um a seis anos de prisão.
Segundo a legislação
argentina, uma acusação significa que um juiz encontrou provas suficientes para
iniciar um processo penal contra uma pessoa. As partes devem agora apresentar
as suas provas e argumentos até que o caso seja levado a julgamento, indica o
jornal espanhol.
Este não é o primeiro
caso que coloca o presidente da Argentina de 2019 a 2023 sob escrutínio da
justiça. Já está a ser investigado num caso de alegada violência de género
contra a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez.
Alberto Fernández foi presidente da Argentina de
dezembro de 2019 a dezembro de 2023, eleito pela coligação peronista Frente de
Todos, tendo como vice-presidente Cristina Kirchner, anterior presidente de
2007 a 2015. Fernández não se
recandidatou em 2023 em eleições vencidas por Javier Millei com 56% dos votos.
Notabanca; 14.07.2025
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