A DESTRUIÇÃO DA NOTÍCIA NA GUINÉ-BISSAU: UMA AMEAÇA SILENCIOSA À DEMOCRACIA
Por: Reolinda Aureliano
da Silva
Na Guiné-Bissau, a liberdade de imprensa continua a enfrentar obstáculos significativos. O fenômeno da destruição da notícia tornou-se uma preocupação crescente para jornalistas, comunicadores sociais e defensores da democracia no país. Trata-se de uma realidade marcada por censura, manipulação, pressão política e desinformação.
Muitas vezes, notícias
de interesse público são abafadas, distorcidas ou simplesmente não divulgadas.
Jornalistas enfrentam dificuldades em acessar informações oficiais, são vítimas
de intimidação e, em alguns casos, ameaças diretas à sua integridade física e
profissional. Isso contribui para um ambiente de medo e autocensura dentro das
redações e emissoras locais.
Além disso, a crescente
influência de interesses políticos sobre os meios de comunicação torna mais
difícil garantir uma cobertura jornalística imparcial e rigorosa. Há relatos de
interferência direta de figuras públicas em programas de rádio e televisão,
especialmente quando as matérias envolvem denúncias de má gestão, corrupção ou
violações de direitos humanos.
As redes sociais também
passaram a desempenhar um papel duplo: por um lado, permitem maior circulação
de informações; por outro, são usadas para espalhar desinformação, confundindo
o público e enfraquecendo a confiança nos órgãos de comunicação tradicionais.
Notícias falsas (fake news) circulam rapidamente, sem qualquer verificação,
influenciando a percepção e decisões da população.
Num país onde muitos
cidadãos dependem da rádio como principal fonte de informação, a destruição da
notícia representa um risco real para o desenvolvimento democrático. Quando a
verdade é manipulada ou silenciada, o povo perde o direito de saber, de
criticar e de participar nas tomadas de decisão.
É fundamental que se
crie um ambiente onde os jornalistas possam exercer a sua profissão com
liberdade, ética e segurança. Isso inclui a criação de leis mais fortes de
proteção à imprensa, o fortalecimento das rádios comunitárias e o investimento
na formação de profissionais de comunicação.
A verdade é um bem
comum. Proteger a integridade da notícia é proteger a Guiné-Bissau.
Reolinda Aureliano da Silva

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