quinta-feira, 24 de julho de 2025

A DESTRUIÇÃO DA NOTÍCIA NA GUINÉ-BISSAU: UMA AMEAÇA SILENCIOSA À DEMOCRACIA

Por: Reolinda Aureliano da Silva

Na Guiné-Bissau, a liberdade de imprensa continua a enfrentar obstáculos significativos. O fenômeno da destruição da notícia tornou-se uma preocupação crescente para jornalistas, comunicadores sociais e defensores da democracia no país. Trata-se de uma realidade marcada por censura, manipulação, pressão política e desinformação.

Muitas vezes, notícias de interesse público são abafadas, distorcidas ou simplesmente não divulgadas. Jornalistas enfrentam dificuldades em acessar informações oficiais, são vítimas de intimidação e, em alguns casos, ameaças diretas à sua integridade física e profissional. Isso contribui para um ambiente de medo e autocensura dentro das redações e emissoras locais.

Além disso, a crescente influência de interesses políticos sobre os meios de comunicação torna mais difícil garantir uma cobertura jornalística imparcial e rigorosa. Há relatos de interferência direta de figuras públicas em programas de rádio e televisão, especialmente quando as matérias envolvem denúncias de má gestão, corrupção ou violações de direitos humanos.

As redes sociais também passaram a desempenhar um papel duplo: por um lado, permitem maior circulação de informações; por outro, são usadas para espalhar desinformação, confundindo o público e enfraquecendo a confiança nos órgãos de comunicação tradicionais. Notícias falsas (fake news) circulam rapidamente, sem qualquer verificação, influenciando a percepção e decisões da população.

Num país onde muitos cidadãos dependem da rádio como principal fonte de informação, a destruição da notícia representa um risco real para o desenvolvimento democrático. Quando a verdade é manipulada ou silenciada, o povo perde o direito de saber, de criticar e de participar nas tomadas de decisão.

É fundamental que se crie um ambiente onde os jornalistas possam exercer a sua profissão com liberdade, ética e segurança. Isso inclui a criação de leis mais fortes de proteção à imprensa, o fortalecimento das rádios comunitárias e o investimento na formação de profissionais de comunicação.

A verdade é um bem comum. Proteger a integridade da notícia é proteger a Guiné-Bissau.

Reolinda Aureliano da Silva

 

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