POLÍCIA JUDICIÁRIA DETÉM DOIS SUSPEITOS DE BURLA MILIONÁRIA LIGADA AOS PAÍSES BAIXOS
A Polícia Judiciária (PJ) cumpriu dois mandados de detenção europeus
emitidos pelas autoridades dos Países Baixos contra um cidadão estrangeiro e um
português, suspeitos de envolvimento num esquema financeiro fraudulento de
grande escala.
Uma traseunte passa pelo edificio sede da Policia Judiciária em Lisboa, 17 de agosto de
As autoridades suspeitam que os detidos praticaram crimes de burla
qualificada e branqueamento de capitais, obtendo um lucro ilegítimo superior a
nove milhões de euros, confirmam em comunicado enviado às redações.
A investigação apurou que o esquema utilizado é um clássico “esquema de
Ponzi”, em que novos investimentos são usados para pagar rendimentos a
investidores anteriores, criando uma estrutura financeira insustentável. Várias
sociedades dos Países Baixos terão sido atraídas para esta fraude.
Com os fundos obtidos ilegalmente, os suspeitos teriam adquirido bens de
luxo e propriedades, incluindo imóveis em Portugal, onde estavam atualmente
localizados.
Os dois detidos vão
ser apresentados à autoridade judiciária competente no Tribunal da Relação do
Porto, onde aguardam os próximos passos do processo.
O homem de 44 anos é acusado de lesar milhares de pessoas em todo o mundo
através de uma empresa de venda de geo-localizadores.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na zona de Cascais, um cidadão de 44 anos
sobre o qual pendia um Mandado de Detenção Europeu emitido pelas autoridades
judiciais da Bélgica, por suspeitas da prática de crimes de burla qualificada.
De acordo com a PJ, o suspeito terá liderado, entre janeiro de 2014 e
janeiro de 2018, um esquema de tipo piramidal através de uma empresa onde
exercia funções de diretor-executivo. A empresa apresentava-se como fornecedora
de geo-localizadores, mas usava esta atividade como fachada para a
implementação do esquema fraudulento.
O modelo consistia na promessa de rendimentos mensais garantidos aos
clientes, mediante um pagamento inicial e o recrutamento de novos
participantes. Os fundos dos novos aderentes serviam depois para remunerar os
membros mais antigos, num ciclo que é característico de esquemas de Ponzi.
Segundo as autoridades, milhares de pessoas em todo o mundo, incluindo na
Bélgica, foram lesadas pelo esquema, que gerou elevados prejuízos financeiros.
O suspeito foi presente ao Tribunal da Relação de Lisboa, que determinou
que aguarde os ulteriores desenvolvimentos do processo de extradição sujeito à
medida de coação de apresentações trissemanais.
Se condenado, este
homem poderá enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão pelas infrações
cometidas.
Notabanca; 29.05.2025

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