JAAC DELEGADOS ASSUMEM COMPROMISSO DE COMBATER TODAS AS FORMAS DE “OPRESSÃO” NA GUINÉ-BISSAU
Os delegados à terceira convenção da Juventude Amílcar Cabral assumiram o compromisso de combater todas as formas de “opressão, desigualdade e exclusão”, assim como defender os valores da democracia, da liberdade e da justiça social na Guiné-Bissau.
A posição da organização juvenil do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vem expressa na declaração de Morés consultada pelo O Democrata, na qual constataram que não só a Guiné-Bissau atravessa um período crítico, caracterizado pela fragilidade das instituições democráticas, sucessivas crises políticas, degradação do sistema de justiça e ausência de políticas públicas robustas voltadas para a juventude guineense, mas também a juventude, que representa a maioria da população, continua marginalizada dos processos de tomada de decisão, enfrentando taxas alarmantes de desemprego, evasão escolar, exclusão social e ausência de oportunidades concretas de participação política e económica.
Sobre a Reforma Política e Participação Juvenil, os jovens exigem a
institucionalização de quotas de juventude nos órgãos diretivos do PAIGC, nas
estruturas do Estado e nas listas eleitorais, criação de observatórios juvenis
para monitorar o cumprimento das promessas políticas voltadas à juventude,
assim como promover campanhas de educação cívica nas escolas e comunidades para
preparar as novas gerações para a participação política consciente e
transformadora e lançar a “Carta da Juventude para a Reforma do Estado”,
contendo propostas legislativas da JAAC sobre reforma constitucional,
descentralização e justiça social.
Em relação à Educação, Formação e Inovação, os delegados propuseram a
revisão urgente do currículo nacional para incluir a educação
política, direitos humanos, tecnologias emergentes e cultura africana,
estimular parcerias com universidades e centros de pesquisa nacionais e
internacionais para projetos de intercâmbio, bolsas de estudo e inovação
científica e promover programas de formação técnica para jovens fora do sistema
escolar, com foco em competências digitais, agricultura sustentável, economia
azul e empreendedorismo social.
No que se refere
ao emprego, empreendedorismo e economia solidária, os
jovens defendem a criação de um “Fundo Nacional para a Juventude Empreendedora”
com mecanismos de microcrédito, incubadoras e aceleração de startups juvenis,
articular parcerias com o setor privado para promover estágios remunerados e
contratos de inserção profissional e incentivar cooperativas juvenis em setores
estratégicos (agricultura, turismo, energias renováveis) com apoio técnico e
institucional do Estado e parceiros internacionais.
Lê-se ainda na Declaração de Morés que os delegados apelam ao
reforço da campanha nacional da JAAC contra a corrupção, a impunidade e a
captura do Estado por interesses privados, criação de núcleos de “vigilância
democrática juvenil” em cada região para acompanhar a execução orçamental local
e denunciar abusos e promover a justiça comunitária e mecanismos de mediação de
conflitos liderados por jovens em zonas rurais e periurbanas.
Ao PAIGC, a juventude recomenda que sejam estabelecidos canais
permanentes de diálogo e consulta com a JAAC em todas as fases da elaboração e
implementação das políticas partidárias, garantir a ascensão de jovens quadros
nos órgãos de direção nacional, regional e setorial e financiar programas
formativos da JAAC em ideologia, história, comunicação política e mobilização
social.
Ao Governo, lê-se ainda no documento, os delegados recomendam a criação de
um Ministério da Juventude com orçamento próprio e autonomia funcional, apoiar
financeiramente as organizações juvenis comprometidas com a paz, o
desenvolvimento e os direitos humanos e firmar parcerias com a JAAC para a
implementação de programas nacionais de capacitação, emprego e inovação.
Por fim, à Comunidade Internacional, os jovens do PAIGC
recomendam o apoio técnico e financeiro dos projetos estratégicos da
juventude guineense, a inclusão de representantes juvenis em fóruns internacionais,
redes regionais e missões multilaterais e a promoção de
intercâmbios entre juventudes africanas, da CPLP, da CEDEAO e da diáspora.
Notabanca, 26.05.2025

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