quarta-feira, 28 de maio de 2025

DIRIGENTES DO MP ACUSAM PRESIDENTE DO PARTIDO DE ATUAR À MARGEM DOS ESTATUTOS

Os oito coordenadores dos círculos eleitorais do partido Movimento Patriótico (MP) lançaram severas críticas ao presidente interino daquela formação política, André Nanque, a quem acusam de assumir comportamento antiestatutário e de estar cada vez mais longe dos militantes das bases.

Em carta aberta na posse da CFM, assinada pelos coordenadores, André Nanque é acusado ainda de assumir posicionamentos políticos alheios às regras democráticas, além de acaparar informações relevantes sobre a vida do partido.

Nesta missiva arrasadora, os dirigentes do MP fizeram uma leitura minuciosa do comportamento político do seu líder interino, que atualmente é um dos apoiantes do Presidente Umaro Sissoco Embaló, para o falado segundo mandato.

"Desde que Direção Interina que o Senhor dirige assumiu funções, isto é, há mais de um ano, temos constatado que a sua atuação pauta e funda-se num manifesto afastamento das estruturas e bases do Partido, tendo tido posicionamentos políticos ao arrepio dos preceitos estatutários, e dos princípio e regras democráticas", escrevem os coordenadores.

As críticas foram ainda intensificadas a André Nanque. É acusado de decidir, apenas, ele e a direção interina do partido, sobre questões da vida do Movimento Patriótico.

"Ao longo deste mais de um de ano da vossa direção, tem sido claro e manifesto que os militantes e simpatizantes do MP não se reveem no modo da atuação da Direção Interina que dirige, facto que é comprovado pela total desmobilização dos militantes por causa das decisões unilaterais tomadas, em nome do Partido, por si e a sua Direção Interina, apoiar o segundo mandato do Senhor Úmaro Sissoco Embaló à revelia do preceito nos estatutos do partido como competência da Comissão Nacional, maior órgão entre os congressos", afirmam os subscritores.

Segundo escrevem os críticos da direção de André Nanque, o caso mais "gritante" da atuação do líder e a sua direção, tem sido o modo como tratam o processo de integração do Movimento Patriótico à Plataforma Republicana, que apoia Sissoco Embaló, e a monopolização de informações e resultados de negociações das posições do partido dentro desta coligação.

"Acontece que, hoje, a configuração política impele para as eleições gerais, o que torna urgente que o Partido defina a sua real estratégia, sem se descurar de respeitar os princípios democráticos, os estatutos do Partido e, sobretudo, não se esquecer das causas que levaram à criação do Movimento Patriótico e a sua visão assente na justiça, pluralismo e liberdades de expressão e de manifestação", alertam os oito coordenadores dos círculos eleitorais do Movimento Patriótico.

Notabanca, 28.05.2025

 

 

 

 

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