DIRIGENTES DO MP ACUSAM PRESIDENTE DO PARTIDO DE ATUAR À MARGEM DOS ESTATUTOS
Os oito coordenadores dos círculos eleitorais do
partido Movimento Patriótico (MP) lançaram severas críticas ao presidente
interino daquela formação política, André Nanque, a quem acusam de assumir
comportamento antiestatutário e de estar cada vez mais longe dos militantes das
bases.
Em carta aberta na posse da CFM, assinada pelos coordenadores, André Nanque é acusado ainda de assumir posicionamentos políticos alheios às regras democráticas, além de acaparar informações relevantes sobre a vida do partido.
Nesta missiva arrasadora, os dirigentes do MP fizeram
uma leitura minuciosa do comportamento político do seu líder interino, que
atualmente é um dos apoiantes do Presidente Umaro Sissoco Embaló, para o falado
segundo mandato.
"Desde que Direção Interina que o Senhor dirige
assumiu funções, isto é, há mais de um ano, temos constatado que a sua atuação
pauta e funda-se num manifesto afastamento das estruturas e bases do Partido,
tendo tido posicionamentos políticos ao arrepio dos preceitos estatutários, e
dos princípio e regras democráticas", escrevem os coordenadores.
As críticas foram ainda intensificadas a André Nanque.
É acusado de decidir, apenas, ele e a direção interina do partido, sobre
questões da vida do Movimento Patriótico.
"Ao longo deste mais de um de ano da vossa
direção, tem sido claro e manifesto que os militantes e simpatizantes do MP não
se reveem no modo da atuação da Direção Interina que dirige, facto que é
comprovado pela total desmobilização dos militantes por causa das decisões
unilaterais tomadas, em nome do Partido, por si e a sua Direção Interina,
apoiar o segundo mandato do Senhor Úmaro Sissoco Embaló à revelia do preceito
nos estatutos do partido como competência da Comissão Nacional, maior órgão
entre os congressos", afirmam os subscritores.
Segundo escrevem os críticos da direção de André
Nanque, o caso mais "gritante" da atuação do líder e a sua direção,
tem sido o modo como tratam o processo de integração do Movimento Patriótico à
Plataforma Republicana, que apoia Sissoco Embaló, e a monopolização de
informações e resultados de negociações das posições do partido dentro desta
coligação.
"Acontece que, hoje, a configuração política
impele para as eleições gerais, o que torna urgente que o Partido defina a sua
real estratégia, sem se descurar de respeitar os princípios democráticos, os
estatutos do Partido e, sobretudo, não se esquecer das causas que levaram à
criação do Movimento Patriótico e a sua visão assente na justiça, pluralismo e
liberdades de expressão e de manifestação", alertam os oito coordenadores
dos círculos eleitorais do Movimento Patriótico.
Notabanca, 28.05.2025

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