“PORTUGAL DEVE FECHAR AS PORTAS AOS IMIGRANTES SÓ ABRIR QUANDO PRECISAR DE MÃO-DE-OBRA”
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas considera que a
política de imigração deve levar em conta as necessidades da economia em
Portugal e que o país deve fechar as portas aos imigrantes se não precisar da
sua mão-de-obra.
Em entrevista à agência Lusa, José Cesário referiu que as mudanças que o atual executivo aplicou em matéria de imigração tiveram mais repercussões nos serviços do que propriamente nos imigrantes.
“Eles [candidatos a imigrantes em Portugal] têm de fazer a mesma coisa, nós
é que temos de fazer mais, que é olhar para aquilo com mais atenção e perceber
se os cidadãos em causa são, de facto, necessários e se têm condições de
subsistência em Portugal e condições para trabalhar em Portugal, é isso que
está em causa”, afirmou.
Questionado sobre o que são as condições de subsistência que os cidadãos
têm de apresentar para entrar em Portugal, o governante afirmou que são
“condições para viver de uma forma digna” para “não poderem ser, eventualmente,
sujeitos ao aproveitamento por parte de redes, sem escrúpulos, que se
aproveitam, efetivamente, da situação de fragilidade de muitos cidadãos”.
Um imigrante com antecedentes criminais, por exemplo, “por princípio não
entra” em Portugal, disse José Cesário, reconhecendo que esta é uma matéria que
irá sempre ser avaliada, “de acordo com as necessidades” da economia
portuguesa.
Isso significa que a entrada de imigrantes se justifica enquanto a economia
portuguesa deles necessitar.
“Nós não podemos ter a porta aberta para um cidadão qualquer que decide –
eu vou para Portugal e vou procurar emprego -, sem ter condições de
subsistência pelo menos durante meio ano, um ano, de uma forma digna, sem ter
condições para alugar uma casa ou para viver num outro tipo de alojamento, para
comer, para garantir as suas necessidades básicas e mínimas”, referiu.
E acrescentou: “O que nós temos de fazer é trazer pessoas que tenham,
efetivamente, condições de subsistência e, se possível, já integradas num
modelo que lhes permita viverem com o mínimo de risco para a sua segurança”, o
que significa que, sem um emprego assegurado, “será muito mais difícil entrar”
em Portugal.
“Não vamos com certeza trazer pessoas para Portugal para ficarem a dormir
ali abaixo da ponte”, observou.


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