BUBO NA TCHUTO NÃO FOI JULGADO POR FALTA DE JUÍZ NO TRIBUNAL MILITAR
O ex-chefe
da Armada guineense Bubo Na Tchuto, dado como líder da tentativa de golpe de
Estado de 2022, ainda não foi julgado por falta de um juiz no Tribunal
Militar Superior, disse na quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025, o advogado
Marcelino Intupé.
Na Tchuto e mais dois outros oficiais superiores das Forças Armadas guineenses não compareceram hoje na sala das audiências do Tribunal Militar Regional de Bissau, no quartel da Base Aérea, nos arredores da capital guineense, onde 14 arguidos na tentativa de golpe foram condenados a penas de prisão efetiva.
Três dos
arguidos foram condenados a pena de 29 anos, oito outros a pena de 24 anos e
três a pena de 12 anos. Todos os condenados receberam ainda como pena acessória
a expulsão das Forças Armadas guineenses.
A promotoria
da justiça militar acusa Bubo Na Tchuto de ser o cabecilha da tentativa de
golpe, mas o seu julgamento será feito à parte.
O advogado
Marcelino Intupe explicou aos jornalistas que Na Tchuto ainda não foi julgado
devido à falta de quórum no Tribunal Militar Superior, o competente para
o julgar por ser um oficial general das Forças Armadas.
“O caso de
Bubo Na Tchuto é um caso especial. Ele não foi julgado neste tribunal porque é
um tribunal de hierarquia inferior. É um tribunal regional. O Bubo Na Tchuto
tem estatuto especial […] deve ser julgado no Tribunal Superior Militar”,
declarou Intupe.
O advogado
explicou que um dos juízes que compunham o coletivo que iria julgar Na Tchuto
foi transferido do tribunal para o Estado-Maior General das Forças Armadas,
deixando aquela instância sem quórum.
“Naturalmente
que o processo de Bubo Na Tchuto está com muita dificuldade”, sublinhou o
advogado.
Marcelino
Intupe explicou, por outro lado, que o general Júlio Nhaté, ex-chefe do corpo
dos Comandos, um dos que ainda não foram julgados, viu o seu processo arquivado
por decisão do Tribunal Militar Superior, mas ainda continua detido.
No dia 01 de
fevereiro de 2022, homens armados irromperam na sala do Conselho de Ministros,
no palácio do Governo, e dispararam sobre os presentes, entre eles o chefe de
Estado, Umaro Sissoco Embaló.
O Governo
alegou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado. Na altura, morreram
11 pessoas e cerca de 50 foram detidas.
Notabanca; 20.02.2025
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