quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

UNTG AGENDA PARALISAÇÃO PARA PRIMEIRA SEMANA DE 2021

A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), principal central sindical, entregou um pré-aviso de greve para o período entre 04 e 08 de janeiro para exigir o cumprimento pelo Governo dos compromissos assumidos em novembro.

"A saída é começar com a nossa pressão que vai decorrer entre 04 e 08 e há possibilidade de continuar", afirmou à Lusa Júlio Mendonça, secretário-geral da UNTG.

Segundo Júlio Mendonça, em novembro, a UNTG e o Governo estiveram reunidos e o gabinete do primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, assumiu o "compromisso de revogar todos os despachos ilegais promovidos por diferentes ministros", relativo à contratação de funcionário públicos.

Na reunião, o Governo comprometeu-se também a desbloquear salários de funcionários do Ministério da Saúde e Educação em greve e criar condições para a conclusão dos trabalhos da comissão técnica referente à harmonização da tabela salarial da Função Pública.

"O que concluímos é que o Governo não fez nada de concreto. Não obstante a comissão criada pelo próprio governo ter feito um trabalho extraordinário com o levantamento exaustivo de todas as violações legais promovidas pelo atual executivo e recomendações no sentido de serem cumpridas", disse Júlio Mendonça.

Para o responsável, as recomendações não estão a ser aplicadas e o Governo tem de "começar a respeitar o princípio da legalidade".

"Nessa perspetiva, decidimos avançar" para a greve, acrescentou.

A UNTG tem também protestado, com vigílias, contra o Orçamento do Estado para 2021, que deverá começar a ser debatido ainda este mês pela Assembleia Nacional Popular.

"Para nós, o orçamento é que não tem fundamento e cabimento. Estamos num período tão delicado de pandemia, muitas empresas estão com dificuldades financeiras e não faz sentido agravar e criar impostos para os sufocar", afirmou Júlio Mendonça.

Para o secretário-geral da UNTG, o Governo quer acabar com o setor empresarial guineense e criar mais desemprego no país e "aumentar o sofrimento" do povo.

Na quarta-feira, a UNTG vai reunir-se com o Governo na Assembleia Nacional Popular para se tentar chegar a um entendimento.

A UNTG exige também que o parlamento aprove o novo Código de Trabalho.

Notabanca; 16.12.2020

 

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