terça-feira, 1 de dezembro de 2020

PRESIDENTE DO PARLAMENTO GUINEENSE DIZ ESTRANHAR CRIAÇÃO DA FIGURA DO VICE-PRIMEIRO-MINISTRO

Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá  afirmou ter se sentido estanhado com a criação da figura de vice-primeiro-ministro, “uma figura completamente desconhecida pela lei magna, por isso não seria pertida pertinente a sua inclusão  na orgânica do governo”.

Cipriano Cassamá falava na segunda-feira, 30 de novembro de 2020, na abertura da sessão ordinária do ano legislativo 2020 a 2021, na presença de 90 deputados no universo de 102 que compõem o hemiciclo guineense.

No seu discurso, Cassamá reconheceu que o ano legislativo findo “foi um ano polémico” e de muitas instabilidades na ANP, o que deveria constituir motivo para uma “profunda reflexão individual e institucional dos membros daquela casa representativa do povo guineense”.

“A Guiné-Bissau é um dos piores países em via do desenvolvimento” disse.

O líder do Parlamento assegurou que o debate do Orçamento Geral do Estado deve ser encarrado na perspetiva do novo paradigma imposto pela persistência da pandemia da Covid-19, que causou transformações sociais e económicas preocupantes, com impactos bastante negativos “no tecido económico frágil”.

Cipriano Cassamá sublinhou que a divisão da sociedade em grupos de interesses, conduziu o país ao atual cenário politico, deveras preocupante, agravado ao longo do ano que finda, por um caudal de acontecimentos atentatórios aos direitos humanos, à unidade nacional, à estabilidade política e a um clima de bom relacionamento político.

“Os raptos, as detenções, os espancamentos, as humilhações, os discursos absolutistas e incendiários, a emergente falta de colaboração institucional, são exemplos de tudo que não pode acontecer num Estado de direito democrático, mas que infelizmente tem-se verificado no nosso país, como corolário lógico de má interpretação das nossas atribuições e competências”, criticou.

Cipriano Cassamá assinalou que a revisão da Constituição está outorgada, tanto na iniciativa como no ato de legislar, apenas e só ao Parlamento.

Cassamá foi ainda mais longe, alertando que existe o risco real de uma eventual segunda vaga de Covid-19 no país, se persistir a resistência ao cumprimento das orientações do Alto Comissariado para a Covid-19.

Notabanca, 01.12.2020

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