“FUNCIONÁRIOS DO MUSÉU DE CACHEU NÃO RECEBEM HÁ MAIS DE UM ANO”
O Secretário de Estdo da Cultura revelou esta segunda-feira que os funcionários do Museu Memorial da Escravatura e Tráfico Negreiro, em Cacheu, não recebem os seus salários há um ano e seis meses.Segundo o semanário O Democrata, Francelino Cunha fez esta revelação no quadro de uma visita conjunta com a delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), às áreas da Educação, Ciência e Cultura ao referido Muséu, em Cacheu.
De acordo com o governante, o Museu Memorial da Escravatura e Tráfico Negreiro foi reabilitado pelo músico José Carlos Schwarts, antes do seu falecimento, deste então ninguém assumiu o papel de interlocutor entre os parceiros financeiros.
Cunha acrescentou que o Memorial da Escravatura e Tráfico Negreiro de Cacheu continua sob alçada da ONG Acção para o Desenvolvimento AD.
“O Muséu em causa, está num estado avançado de degradação, por isso, o Governo deve assumir as suas despesas e as dos seus funcionários. Por isso , estamos no processo de negociação para que a Secretaria de Estado da Cultura assume a gestão do mesmo no processo de reabilitação e os salários dos funcionários", disse Cunha.
Por sua vez, o Comissário da CEDEAO para as Áreas da Educação, Ciência e Cultura ,Leopoldo Amado, frisou que a sua organização está a apoiar os 15 Estados membros ,entre os quais a Guiné-Bissau, tendo criticado alguns desses países por não terem uma politica relacionada com a cultura.
referiu que a Guiné-Bissau é um país muito rico em temos culturais, e que, por isso, até 2021, poderá ter uma Politica Nacional da Cultura , um documento politico nacional que Amado considera de “muita importância e atractivo” para o desenvolvimento do país.
Segundo Leopoldo Amado o desemprego juvenil é de 50 por cento no país, “por isso as actividades culturais poderiam ser importantes para atrair jovens e ser uma oportunidade de empregabilidade juvenil”.
“A cultura tem uma potencialidade muito importante para o desenvolvimento do país desde que seja pensada estratégica e cientificamente, e transformada numa politica coerente e harmoniosa, bem como a definição de um Plano de Acção correspondente às demandas actuais “,disse.
Amado sustenta que a cultura é um factor de aceleração do crescimento económico tendo criticado que os guineenses nunca tiveram orgulho da sua história porque “nunca “ o Governo apresentou uma proposta para o prémio do património mundial da UNESCO.
Defendeu a criação de um Plano Estratégico de acção que defina as prioridades para o desenvolvimento do sector.
A Secretaria de Estado da Cultura procedeu recentemente ao lançamento do processo de elaboração da Política Nacional da Cultura.
Notabanca; 08.12.2020
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