77 TÉCNICOS DE SAÚDE “SEM ÁGUA ALIMENTAÇÃO E COM QUATRO MESES SEM SUBSÍDIO DE INCENTIVO DE COVID”
Cerca de 80 técnicos de saúde colocados num dos hotéis de Bissau para efeitos de atendimento aos pacientes de Covid-19, denunciam o estado de abandono em que dizem se encontrar à cerca de oito meses, com quatro meses de subsidio em atraso e falta de condições de trabalho.Em conferência de imprensa realizada no último fim de semana, o porta voz do referido colectivo Yaia Djaló afirmou que o governo colocou-lhes num hotel próximo do Hospital Nacional Simão Mendes como forma de prevenção para que não levassem a doença de covid-19 para casa.
“Desde que fomos acantonados no hotel à cerca de oito meses, onde pernoitamos, deparamos com enormes dificuldades dentre as quais a falta de água, alimentação e quatro meses sem subsídio de incentivo”, explicou.
Aquele responsável afirmou que não é justo colocar as pessoas no hotel sem as mínimas condições, acrescentando que há um determinado período em que nem sequer conseguem algo para comer não obstante estarem a cumprir com as suas obrigações laborais.
“Devido ao sigilo profissional tínhamos relegado ao silêncio, mas agora como a situação está a agravar, achamos que chegou o momento de levantar a voz tendo em conta que somos seres humanos que estão a sofrer”, disse.
Yaia Djalo disse que não estão a reclamar pelo dinheiro, salientando contudo que, se existe algum subsídio de incentivo que sejam eles a beneficiar porque são eles que dão o peito salvando as vidas das pessoas.
Sublinhou que dentre os técnicos de saúde acantonados no hotel, cerca de 30 por cento não tem o vinculo com o Estado e estão arriscando vidas sem nenhuma contrapartida em termos salariais.
“Com todas as situações e dificuldades que estamos a deparar, fomos surpreendidos com a informação de que devíamos abandonar o hotel desde o passado dia 25 de Setembro sem nenhuma garantia”, explicou Djalo.
Adiantou que não alojaram no hotel por iniciativa própria, mas sim por decisão do Governo e que se este entender que já chegou a altura de saírem, devem ser informados com antecedência.
“Há dois dias, as nossas refeições foram cortadas como forma de nos pressionar à abandonar o hotel e já entabulamos contactos com a Alta Comissária de Luta conta Covid-19, informando-lhe da situação que estamos a enfrentar”, disse.
Aquele responsável sublinhou que receberam garantias de Magda Robalo de que os seus subsídios serão pagos, mas que não lhes foi indicada nenhuma data para o efeito, para além da proposta de pagamento imediato de 40 mil francos cfa, entretanto recusada pelos técnicos de saúde.
Notabanca; 05.10.2020
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