JUNTA MILITAR PROMOVE NOMEAÇÕES PARA ALTOS CARGOS NO EXÉRCITO MALIANO
A junta que está no poder no Mali há duas semanas, após um golpe militar, promoveu novas nomeações para vários altos cargos no exército e serviços de inteligência, segundo os decretos divulgados hoje.O general Oumar Diarra foi nomeado chefe do Estado-Maior dos Exércitos por decreto assinado pelo chefe da junta, o coronel Assimi Goita, datado de 01 de Setembro, noticia a agência AFP.
O novo responsável substitui o general Abdoulaye Coulibaly, que nos últimos anos perdeu centenas de homens na luta contra os 'jihadistas', apesar do apoio das forças francesas e de outras nações e da ONU.
O general Coulibaly continua detido pela junta, assim como alguns altos funcionários e figuras políticas, que foram presas durante o golpe militar que derrubou o presidente Ibrahim Boubacar Keita em 18 de Agosto.
O presidente deposto está também detido, em prisão domiciliária, com acesso restrito à Internet e telefone e sem direito a visitas.
Segundo um oficial revelou à AFP, sob a condição de anonimato, o novo chefe do Estado-Maior é considerado um homem "com integridade e rigor" e a sua principal tarefa será "reformar o exército do Mali e capacitá-lo para defender a pátria".
A junta promoveu ainda outras substituições em cargos importantes, com o coronel Lassana Doumbia a ser o novo director-geral da Segurança do Estado [serviços de inteligência], o coronel Jean Dao Chefe é o novo responsável do Estado-Maior da Guarda Nacional, uma estrutura do exército, e o general Souleymane Doucouré o novo secretário-geral do Ministério da Defesa.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de Agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
A junta militar que tomou o poder há duas semanas libertou o antigo Presidente, Ibrahim Boubacar Keita, na quinta-feira.
Além da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Africana, a ação militar já foi rejeitada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Europeia (UE).
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.
Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013, e renovou o mandato de cinco anos em 2018,
foi hospitalizado terça-feira à noite depois de um princípio de acidente vascular cerebral (AVC).
"Após extensos testes, concluímos que sofreu um ataque isquémico transitório, é um alerta, mas ele está a recuperar bem de momento", disse um médico da clínica de Bamako, onde o chefe de Estado deposto deu entrada, citado pela agência France-Presse.
Um ataque isquémico transitório normalmente dura apenas alguns minutos e manifesta-se como um AVC (perda de força de um lado, perda de visão, deficiência da linguagem), sendo considerado um sinal de aviso do risco de um enfarte subsequente.
Notabanca; 03.09.2020


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