MULHER SUSPEITA DE FEITICERIA ESPANCADA ATÉ A MORTE E CADAVER PROFANADO
A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) exigiu as autoridades competentes a adoção de medidas para pôr fim à práticas “obscurantistas” que continuam a ceifar vidas humanas e pôr em causa a paz social e harmonia no seio da população, sobretudo nas zonas rurais da Guiné-Bissau.A exigência foi feita em comunicado à que a ANG e Notabanca tiveram acesso hoje e no qual, a organização denuncia a assassínio de uma mulher de aproximadamente 50 anos, na zona Sul do país, resultante de uma surra que recebeu com paus e catanas, por um grupo de populares da sua aldeia que lhe acusava de prática de feitiçaria.
“O assassínio aconteceu concretamente em N'Daliel, arredores de Buba, região de Quinara, zona sul da Guiné-Bissau, no passado 11 de Setembro do corrente ano. Após a consumação do crime, os suspeitos profanaram o corpo da vítima, incluindo cortes dos seus órgãos essenciais”, refere o documento.
No mesmo documento consta ainda que, na sequência da denuncia feita pelas células de alerta precoce da LGDH, o comissariado da Polícia de Ordem Pública de Buba desencadeou uma operação de investigação no local, tendo culminado na detenção de que quatro presumíveis implicados.
Segundo a Liga trata-se da segunda morte ocorrida no país em menos de um mês, em consequência de agressões brutais motivadas pelas acusações de práticas de feitiçaria.
De acordo com a organização, nos últimos dois anos foram registados mais de 74 casos atinentes à pratica de feitiçaria, dentre os quais, 49 mortes.
“Infelizmente, os autores morais e materiais da esmagadora maioria dos casos continuam impunes devido ao disfuncionamento das instituições judiciárias”, lê-se no comunicado.
Notabanca; 19.09.2020
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