O Conselho de Segurança das Nações Unidas insiste na nomeação de um primeiro-ministro e na formação de um novo governo, em conformidade com a Constituição da República e com os resultados das eleições legislativas de 10 de março de 2019.
A posição do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi tornada pública numa declaração deste órgão da ONU na quarta-feira, 01 de julho de 2020, na qual os membros do Conselho
recomendaram a implementação de reformas urgentes, de acordo com o Acordo de Conacri de 14 de outubro 2016, bem como a implementação do roteiro de seis pontos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e agilizar a revisão da Constituição de forma consistente com as suas disposições e com o apoio da CEDEAO e dos parceiros internacionais, conforme apropriado.
Os membros
do Conselho de Segurança apelaram, por isso, às autoridades guineenses a tomar
medidas concretas para garantir a paz, a segurança e a estabilidade no país,
resolvendo a crise política através de um diálogo inclusivo com todas as partes
interessadas e instaram a todos os guineenses a respeitarem o roteiro da CEDEAO
e a trabalharem em conjunto para o implementá-lo “sem demora”.
No
comunicado, o Conselho de Segurança saudou o contínuo envolvimento da
comunidade internacional na Guiné-Bissau, em particular o “Grupo dos Cinco”
(União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental, União Europeia e as Nações Unidas),
no sentido de resolver a crise política e institucional e o seu apoio aos
esforços nacionais de construção da paz e reconciliação nacional.
Neste
contexto, disse que tomou nota do reconhecimento, no dia 22 de abril de 2020,
pela autoridade de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, de Úmaro Sissoco
Embaló como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais realizadas em
dezembro de 2019, tendo incentivado a Representante Especial do
Secretário-Geral da ONU a continuar a fazer uso dos seus bons ofícios e do
poder de convocação da UNIOGBIS para apoiar o diálogo político e os esforços
nacionais de reconciliação.
Um trabalho
que o órgão da ONU quer ver realizado em estreita coordenação com o Grupo dos
Cinco, parceiros internacionais relevantes e contrapartes nacionais, para
estabelecer um mecanismo de monitorização para a implementação da agenda de
reformas, conforme está descrito no Acordo de Conacri.
Na mesma declaração,
apesar de certas exigências no concernente à estabilização do país, os membros
do Conselho de Segurança realçaram os ganhos alcançados no combate ao tráfico
de drogas na Guiné-Bissau, ilustrado pelas apreensões significativas de março e
setembro de 2019 e pela condenação dos envolvidos e o “impacto
positivo” da Missão da CEDEAO na Guiné-Bissau (ECOMIB) na paz e estabilidade no
país.
Relativamente
ao tráfico de drogas, o Conselho de Segurança reiterou o seu apelo às
autoridades da Guiné-Bissau para que tomem medidas concretas no sentido de
garantir a paz, segurança e estabilidade, combatendo o narcotráfico e o crime
organizado, “que podem ameaçar a segurança e a estabilidade na Guiné-Bissau e
na sub-região”.
O Conselho
de Segurança expressou também a sua preocupação em relação aos incidentes
recentes e pediram às forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau que não
interfiram no processo político na Guiné-Bissau e pediram a todas as partes
interessadas que se abstenham de qualquer ação que possa pôr em risco a ordem
constitucional e o Estado de Direito, “essenciais para a paz, a segurança e a
estabilização política na Guiné-Bissau”.
Com o foco
na crise causada pelo novo Coronavírus (Covid-19), os membros do Conselho de
Segurança expressaram sua “profunda preocupação” com a ameaça que representa
para o povo guineense e instaram as autoridades da Guiné-Bissau e todos os
atores políticos e instituições estatais a trabalharem juntos para mitigar essa
ameaça.
Notabanca; 02.07.2020
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